"Se
o entendimento for aplicado nos demais casos da operação Lava Jato, poderá
anular praticamente todas as condenações, com a consequente prescrição de
vários crimes e libertação de réus presos", diz nota assinada pela
força-tarefa, chefiada por Deltan Dallagnol, que vem sendo desmoralizado pela
Vaza Jato
(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil) |
Agência Brasil – A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba
afirmou nesta terça-feira (27) que a anulação da sentença do ex-juiz Sergio
Moro que condenou o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir
Bendine, abre precedente para derrubar "praticamente todas" as
condenações proferidas na investigação, além da libertação de vários presos.
Mais cedo, a
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
anular a condenação de Bendine na Lava Jato. Conforme a
decisão, por 3 votos a 1, Bendine tem direito de apresentar alegações finais
após os delatores do caso, fato que não ocorreu no processo. Com a decisão, o
processo deverá voltar para a primeira instância da Justiça Federal em Curitiba
para nova manifestação da defesa e outra sentença.
Em nota, a força-tarefa disse que a
decisão causa "imensa preocupação". Para os procuradores da República
no Paraná, o colegiado estabeleceu nova regra, que não está prevista no Código
de Processo Penal (CPP) e na lei que regulamentou as delações premiadas.
"Se o entendimento for aplicado nos
demais casos da operação Lava Jato, poderá anular praticamente todas as
condenações, com a consequente prescrição de vários crimes e libertação de réus
presos. A força-tarefa expressa sua confiança de que o Supremo Tribunal Federal
reavaliará esse tema, modulando os efeitos da decisão", afirmaram os
procuradores.
Votos
O placar do julgamento foi obtido com os
votos dos ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia. O
relator do caso, Edson Fachin, foi vencido. O ministro Celso de Mello não
participou da sessão por motivos de saúde.
Bendine foi condenado em março de 2018
pelo então juiz Sergio Moro. Em junho deste ano, o Tribunal Regional Federal
(TRF) da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, reduziu a pena de 11 anos para 7
anos e 9 meses de prisão, mas manteve a condenação, que poderia ser executada
em breve com base na decisão do STF que autoriza a prisão após
o fim dos recursos em segunda instância.