sábado, 20 de julho de 2019

Combate à corrupção ‘some’ do twitter de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro – Mauro Pimentel/AFP


Do Estadão:
O combate à corrupção foi um dos principais temas no Twitter de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral que o levou à Presidência, no ano passado. Depois de assumir o poder, porém, o assunto perdeu espaço em sua timeline e, segundo levantamento no perfil do presidente, apareceu em apenas 1,4% das postagens.
Os dados são do Laboratório de Governo Eletrônico da Universidade de Brasília (UnB), em um projeto coordenado pelo professor Francisco Brandão. Ao todo, foram 68 tuítes, de um total de 1.378 publicações, que trataram sobre corrupção entre julho e dezembro de 2018, o que representou 4,9%. Já nos seis primeiros meses de governo, o número de postagens com termos ligados ao tema caiu para 20 dentre 1.388. Proporcionalmente, três vezes menos. O índice do início de 2019 é o menor dos últimos seis semestres.
Fonte: DCM


Reforma da Previdência acaba com abono salarial de 1 milhão de paranaenses, diz Romanelli


Estudo do Dieese divulgado nesta sexta-feira, 19, aponta que mais de um milhão de trabalhadores paranaenses ficarão sem abono salarial do PIS/Pasep com a aprovação da reforma da Previdência. A proposta já passou em primeiro turno na Câmara dos Deputados, volta em agosto ao plenário da Casa e ainda precisa ser votada em dois turnos no Senado. Dos 1.472.411 paranaenses que recebem o abono hoje, 68,3% deles perdem o direito. O impacto pode chegar a R$ 683 milhões no Estado.
O Paraná é o quarto estado com maior perda, fica atrás apenas de Santa Catarina (71,8%), São Paulo (70,1%) e do Rio Grande do Sul (68,5%). No País, 12,7 milhões de trabalhadores serão afetados. “As pessoas que trabalham no dia a dia é que vão pagar a conta da reforma da Previdência. Se fala muito de combater os privilégios, mas na verdade a conta é paga mesmo pelo trabalhador geral, aquele que atua no setor urbano”, disse o deputado Romanelli (PSB) que já pontuou a questão em artigos na imprensa.
“Essa nova paulada acaba com boa parte do pagamento do abono salarial em estados que desenvolvem a política do piso do salário mínimo regional: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro”, completa. No Rio de Janeiro, 54% dos trabalhadores vão deixar de receber o abono.
Piso regional – No Paraná, o salário mínimo varia entre R$ 1.306,80 e R$ 1.509,20 divididos em quatro grupos. Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), os mais atingidos pelo corte são os que compõem os grupos 2, 3 e 4 de faixa salarial. São trabalhadores do setor de serviços administrativos, serviços gerais, de reparação e manutenção e vendedores do comércio em lojas e mercados, produção de bens e serviços industriais e técnicos de nível médio.
O estudo do Dieese, a pedido da Federação dos Trabalhadores da Indústria Química e Farmacêutica de São Paulo, usa dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) que considera a remuneração média no ano. O abono salarial atende os trabalhadores de baixa renda e funciona como um 14º salário. Hoje, quem tem carteira assinada e recebe até dois salários mínimos (R$ 1,9 mil) por mês tem direito ao abono, cujo valor é de um salário mínimo (R$ 998). A reforma reduz esse valor para R$ 1.364,43.
O Paraná tem 466 mil trabalhadores com renda mensal de R$ 1096,66. Já os trabalhadores que recebem entre 1,37 e 2 salários mínimos chega a 1.005.928, de acordo com a Rais/Dieese. “A Caixa Econômica Federal pagou 1.596.839 benefícios do abono salarial em 2018 no Paraná, um montante de R$ 1 bilhão. Dessa forma, a perda de R$ 683 milhões, um dinheiro significativo que hoje movimenta o consumo e a economia do Estado”, disse Romanelli.
O economista do Dieese, Sandro Silva, afirma que o impacto no Paraná é superior porque os salários são maiores. “Analisando a tabela chama atenção o percentual de alguns estados, muito acima do total (53,6%), entre eles o Paraná (68,3%), em virtude de ter uma remuneração média maior, em parte consequência da implantação e evolução do piso regional”, disse Silva ao site porem.net.
Fonte: blog do Fábio Campana

Ao repudiar fake news de Bolsonaro contra Miriam, Globo ataca o PT


Responsável direta pela ascensão de Jair Bolsonaro, ao promover uma campanha pela prisão ilegal do ex-presidente Lula e pela fraude eleitoral de 2018, a Globo provou que merece ter Jair Bolsonaro no seu encalço. Ao criticar o fato de Bolsonaro ter mentido e falsificado a história ao atacar Miriam Leitão, a Globo também atacou o PT por ter feito críticas democráticas à jornalista
247 – A Globo não conseguiu criticar Jair Bolsonaro, que ontem mentiu e falsificou a história, ao dizer que a jornalista Miriam Leitão não foi torturada e pretendia participar da luta armada, sem também atacar o Partido dos Trabalhadores, alvo de uma campanha de ódio e desinformação promovida pela emissora há vários anos. Confira, abaixo, a nota da Globo sobre o caso:
O presidente recebeu hoje um grupo de jornalistas estrangeiros para um café da manhã. Os jornalistas cobraram do presidente um comentário sobre o ato de intolerância de que foi vítima a jornalista Miriam Leitão no fim de semana. Miriam e o marido, Sérgio Abranches, participariam de uma feira literária em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. 
Em redes sociais, foi organizado um movimento de ataques e insultos à jornalista, cuja postura, de absoluta independência, foi tratada como um posicionamento político de esquerda e de oposição ao governo Bolsonaro. Em resposta aos correspondentes internacionais, o presidente Jair Bolsonaro disse que sempre foi a favor da liberdade de imprensa, e que críticas devem ser aceitas numa democracia. 
Mas, depois, afirmou que Miriam Leitão foi presa quando estava indo para a guerrilha do Araguaia, para tentar impor uma ditadura no Brasil. E repetiu, duas vezes, que Miriam mentiu sobre ter sido torturada e vítima de abuso em instalações militares durante a Ditadura Militar que governava o país então. Essas afirmações do presidente causam profunda indignação e merecem absoluto repúdio. Em defesa da verdade histórica, e da honra da jornalista Miriam Leitão, é preciso dizer com todas as letras que não é a jornalista quem mente. 
Miriam Leitão nunca participou ou quis participar da luta armada. À época militante do PCdoB, Miriam atuou em atividades de propaganda. Ela foi presa e torturada grávida, aos 19 anos, quando estava detida no 38º Batalhão de Infantaria em Vitória. No auge da Ditadura de 64, em 1973, Miriam denunciou a tortura perante a primeira auditoria da Aeronáutica no Rio, enfrentando todos os riscos que isso representava na época. Narrou seu sofrimento aos militares e ao juiz auditor, e esse relato consta nos autos para quem quiser pesquisar. 
A jornalista foi julgada e absolvida de todas as acusações formuladas contra ela pela Ditadura. A absolvição se deu em todas as instâncias. É importante ressaltar que Miriam Leitão, ao longo dos governos do Partido dos Trabalhadores, foi também alvo constante de ataques. Não questionaram como agora o sofrimento por qual passou na Ditadura, mas a ofenderam em sua honra pessoal e profissional. 
Em discursos do ex-presidente Lula em palanques, e até mesmo a bordo de avião de carreira, quando Miriam Leitão ouviu insultos e ofensas por parte de militantes petistas que então lhe chamavam de neoliberal e direitista. Esses insultos, no passado, como agora, em sinais trocados, demonstram a maior das virtudes de Miriam como profissional: a independência em relação a governos, sejam de esquerda, de direita ou de qualquer tipo. A Globo aplaude essa independência, pedra de toque do jornalismo profissional e se solidariza com Miriam Leitão.