Segundo a petição apresentada pelo coletivo Advogados e
Advogadas pela Democracia, Moro, Dallagnol e os demais procuradores da Lava
Jato estão manipulando a imprensa e podem estar destruindo provas para encobrir
crimes como o de formação de organização criminosa, corrupção passiva,
prevaricação e violação de sigilo funcional, além de crimes contra o regime
representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito
Dos jornalistas
Livres – O coletivo nacional de Advogadas e Advogados pela
Democracia pediu ontem, por volta das 21hs deste sábado, (15/06/19), no
Superior Tribunal de Justiça, a prisão em caráter cautelar do juiz Sérgio
Fernando Moro e dos procuradores federais Deltan Martinazzo Dallagnol, Laura
Gonçalves Tessler, Carlos Fernando dos Santos Lima e Maurício Gotardo Gerum,
que aparecem nas conversas reveladas pelo site The Intercept, do jornalista
Glenn Greenwald
Segundo a petição, Moro,
Dallagnol e os demais procuradores estão manipulando a imprensa e podem estar
destruindo provas para encobrir crimes como o de formação de organização
criminosa, corrupção passiva, prevaricação e violação de sigilo funcional, além
de crimes contra o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado
de Direito.
O documento protocolado aponta
que "restam inexoravelmente presentes os requisitos do 'fumus comissi
delicti' [onde há fumaça há fogo] e do 'periculum in libertatis' [perigo da
permanência do suspeito em liberdade], seja para resguardar a ordem pública ou
para conveniência da instrução criminal."
"Protocolamos o pedido de
instauração de inquérito. São medidas práticas de prisão cautelar para evitar a
fabricação de provas como a que está sendo veiculada pela mídia nesse momento
sobre um hacker que está invadindo o Telegram. O próprio aplicativo de
mensagens há manifestou que isso não é verdade", disse aos Jornalistas
Livres um dos membros do coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia.
Agora, o STJ tem de despachar a
petição imediatamente, ainda nesta madrugada, sob pena de o ministro
plantonista incorrer no crime de prevaricação. "O plantonista poderá
acatar a petição, recusá-la ou determinar medidas alternativas como afastamento
de Moro e procuradores de seus cargos", elucidou o coletivo .
Desde o último domingo
(09/07/19) as publicações do The Intercept Brasil abalaram a tranquilidade do
juiz Sergio Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato. O site divulgou
trechos de conversas comprometedoras entre o ex-juiz e atual ministro da
Justiça, Sérgio Moro, e o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
Chats privados revelam
colaboração proibida de Moro com Dallagnol. O então juiz e o coordenador da
Lava Jato trocaram informações, principalmente no sentido de levar o
ex-presidente Lula à condenação, o que é considerado antiético, imoral e acaba
com a credibilidade do julgamento e dos dois profissionais da Justiça.
O editor-chefe do site, Glenn
Greenwald, explicou o motivo pelo qual decidiu disponibilizar a íntegra dos
primeiro diálogos. "Quando jornalistas revelam impropriedades cometidas
por funcionários públicos e eles não têm defesa, alegam que as provas foram
tomadas "fora de contexto". Então, acabamos de publicar o contexto
das conversas de Moro e Deltan. Decida por si mesmo se essa desculpa é
verdadeira", escreveu.