domingo, 5 de maio de 2019

Guaidó reconhece seu fracasso na tentativa de golpe contra Maduro


Sputinik
"Talvez porque ainda precisamos de mais soldados, e talvez precisemos de mais funcionários do regime", disse o político Juan Guaidó, que tem apoio dos Estados Unidos e do Brasil para promover um golpe de estado na Venezuela
Sputinik – O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, reconheceu que foram cometidos erros na tentativa de iniciar uma revolta militar e que ele aceitaria qualquer oferta dos EUA para providenciar uma opção militar na Venezuela para votação.
No sábado (4), Guaidó admitiu que a oposição tinha calculado mal seu apoio dentro das Forças Armadas durante a tentativa de golpe contra o legítimo presidente venezuelano Nicolás Maduro no dia 30 de março.
O líder da oposição revelou em uma entrevista exclusiva ao jornal Washington Post que esperava que Maduro desistisse em meio a uma onda de desertores dentro das forças militares do país.
"Porque o fato de termos feito o que fizemos, e não termos conseguido na primeira vez, não significa que não seja válido [...] Estamos enfrentando um muro que é uma ditadura absoluta. Reconhecemos nossos erros — o que não fizemos, e [o que] fizemos em demasia", disse.
O apelo de Guaidó para que as bases e os oficiais superiores dos militares abandonassem Maduro não produziu deserções em massa, observou o líder da oposição.
"Talvez porque ainda precisamos de mais soldados, e talvez precisemos de mais funcionários do regime para estarem dispostos a apoiá-lo, para apoiar a Constituição [...] Acho que as variáveis são óbvias neste momento", continuou.
Ele também indicou que qualquer apoio militar americano deve estar ao lado das forças venezuelanas que se voltaram contra Maduro, mas não deu mais detalhes sobre o que seria aceitável.
O líder da oposição também disse que saudou as recentes discussões sobre opções militares em Washington, chamando-as de "excelentes notícias".
"Isso é uma excelente notícia para a Venezuela porque estamos avaliando todas as opções. É bom saber que aliados importantes como os EUA também estão avaliando a opção. Isso nos dá a possibilidade de que, se precisarmos de cooperação, sabemos que podemos obtê-la", afirmou, acrescentando que há soldados venezuelanos que querem "acabar com [as guerrilhas de esquerda] e ajudar o apoio humanitário a entrar, que ficariam felizes em obter cooperação para acabar com a usurpação."
Segundo o artigo, Guaidó revelou que não concordaria em se sentar e negociar com Maduro, a menos que ele se afastasse do seu posto como presidente da Venezuela.
"Sentar-se com Maduro não é uma opção [...] Isso aconteceu em 2014, em 2016, em 2017... O fim da usurpação é uma pré-condição para qualquer diálogo possível", ressaltou.
Na sexta-feira (3), o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, e os generais do Pentágono deixaram claro que todas as opções para resolver o conflito venezuelano estão "sobre a mesa".
A crise em torno da Venezuela tem se intensificado desde 23 de janeiro, quando Guaidó se autoproclamou presidente interino e foi imediatamente apoiado pelos EUA e seus aliados, enquanto Maduro recebeu o suporte de vários países, incluindo Rússia e China, e foi reconhecido como o único presidente legítimo da Venezuela.

Já bate um desespero entre empresários, diz colunista


Reuters | ABr
Economistas sorriem amarelo, sem graça com as previsões furadas de recuperação. Mais que isso, parecem desnorteados, sem explicações precisas para o fato de mesmo o broto verde e mirrado do PIB estar murchando.  Empresários parecem com medo, nervosos ou acham que a retomada de 2019 deu chabu", aponta o jornalista Vinícius Torres Freire
247 – Ninguém mais acredita na capacidade de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes de estimular economia brasileira, duramente atingida pelo golpe de 2016. "Economistas sorriem amarelo, sem graça com as previsões furadas de recuperação. Mais que isso, parecem desnorteados, sem explicações precisas para o fato de mesmo o broto verde e mirrado do PIB estar murchando. Empresários parecem com medo, nervosos ou acham que a retomada de 2019 deu chabu", diz o jornalista Vinícius Torres Freire, em sua coluna.
"Começou a bater um desespero na praça, em suma. Para dizer uma obviedade necessária, não há investimento para levar adiante algo que pareça uma recuperação (crescimento além de 2%). Dada a capacidade ociosa de produção em quase toda parte, na indústria em particular, não era de esperar resultado muito diferente."



“Lula me fez amar o Brasil”, diz ex-primeiro ministro português


Na dedicatória de uma carta enviada ao ex-presidente, José Sócrates escreve: "A Lula, que me fez compreender e amar o Brasil. O Brasil é com S de Silva. Lula da Silva. Saravá"
Do site lula.com.br – Em março, o ex-primeiro-ministro português José Sócrates concedeu uma entrevista ao portal Migalhas, comentando o telefonema feito por Gilmar Mendes a Lula após a morte do seu neto, Arthur Lula da Silva. O relato agora foi transformado em carta, que será entregue ao ex-presidente na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde é mantido preso político. Na dedicatória, José Sócrates escreve: "A Lula, que me fez compreender e amar o Brasil. O Brasil é com S de Silva. Lula da Silva. Saravá".
Leia o texto na íntegra:
Morreu o neto de Lula e hoje foi o seu enterro. No meio da tragédia e do silêncio, um pequeno acontecimento faz-nos voltar à vida — os jornais reportam um telefonema de condolências de Gilmar Mendes. A violência e a crueldade têm sido tão dominantes que já nos surpreende qualquer gesto de humanidade, qualquer gentileza entre dois homens do mundo da política (julgo que posso dizer assim, apesar de um deles ser juiz). No relato do telefonema, Gilmar apresenta as condolências, ele é também avô, sua mulher e ele estão a rezar por Lula, deseja-lhe força. Lula agradece, começa a chorar e não consegue dizer mais nada. Gilmar chora também. Visto de longe parece apenas um gesto terno, visto de perto talvez o telefonema seja um pouco mais do que isso – mais que um pouco humanidade, o que já de si seria muito nestes tempos sombrios.
Lula chora e Gilmar chora. Há nesse choro a consciência da brutalidade do que aconteceu. Há nesse choro um protesto mútuo e humano perante a injustiça e o infortúnio da vida — preso e morre-lhe um neto, que mundo este. Mas nesse choro compulsivo parece haver algo mais, há dois homens políticos que se enfrentaram no passado e que hoje, no momento de tamanha aflição, se abraçam e dizem baixinho um para o outro – como é que chegamos aqui, em que é que nos tornamos?
Gilmar Mendes. Fui fixando este nome enquanto acompanhava a espetacular vida política brasileira. Pude seguir a inacreditável aliança entre a direita moderada brasileira e o poder judiciário na construção de um golpe político para derrubar a presidenta Dilma Rousseff. Pude testemunhar como as suas mais respeitáveis figuras, presas à raiva e ao ressentimento, decidiram ser cúmplices de uma aventura contra a democracia. Acompanhei o desenrolar do drama que viria a trazer de novo a violência e a prisão para o palco da política e vi também os principais autores do golpe serem devorados por ele. Dessa direita democrática parece não ter sobrado pedra sobre pedra (o que levanta a dúvida de que alguma vez tenha existido) — o que ficou é isso que está aí: a boçalidade, a selvajaria e a vergonha.
Mas vi também quando Gilmar Mendes se opôs à condução coercitiva — símbolo inicial da agressão e do abuso que se anunciava. Foi aliás aí que comecei a reparar nele. Também não me escaparam os seus discursos contra a corrente punitivista e a coragem com que se enfrentou o caminho do autoritarismo penal. Assisti à forma como se opôs aos seus colegas nomeados pelo PT, que era suposto terem uma sólida cultura humanista (para além, é claro, da superioridade moral que sempre reclamavam) — não tinham, e se não tinham era porque nunca tiveram. Vi como se alinhou com a defesa dos direitos individuais que constituem a base da legitimidade penal do Estado democrático, sabendo que sem eles não há nem segurança nem liberdade. Sim, pude ver tudo isso e os ataques que lhe fizeram – a esquerda que não lhe perdoou o episódio da nomeação de Lula para chefe da Casa Civil no governo Dilma, e a extrema direita que não lhe perdoa as posições democráticas e o ameaça com jipes, com cabos e com soldados.
Voltemos ao funeral do neto de Lula. O que me pareceu ver no telefonema de Gilmar Mendes, para além simples decência e humanidade, foi uma cena tocante de dois personagens que choravam por um mundo que já tiveram em comum e que parece agora perdido. Um mundo construído enquanto adversários políticos e que, justamente por essa razão, é também um mundo que os une. Um mundo que foi capaz de se elevar acima do trauma e da violência da ditadura que se caracterizou justamente por transformar velhos inimigos em leais adversários. O choro de Gilmar e de Lula é pela democracia. Mas é também um choro que nos lembra que ela existe. Afinal, há mais mundo para além deste em que o Brasil vive.
Ericeira, março de 2019
José Sócrates



MP pede a quebra dos sigilos de Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro


"Em breve, o MPRJ vai tornar a dupla formalmente investigada. E pedirá à Justiça a quebra dos sigilos fiscais e bancários do senador e do seu ex-motorista, hoje habitando local incerto", informa o jornalista Lauro Jardim. Fabrício Queiroz é suspeito de ser laranja da família Bolsonaro e de recolher recursos de funcionários do gabinete para pagar as despesas pessoais do clã
247 – O caso Fabrício Queiroz, suspeito de ser laranja da família Bolsonaro, deve voltar a andar, segundo informa o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna. "Recém-condecorado com a Ordem do Rio Branco por 'seus serviços e méritos excepcionais', Flávio Bolsonaro não terá muito tempo para curtir a mais importante comenda do Itamaraty. Motivo: o passado voltará a assombrar o primogênito de Jair Bolsonaro. Desde fevereiro nas mãos do promotor Luís Otávio Lopes, do MPRJ, o caso Flávio/Fabrício Queiroz está prestes a andar", escreve o colunista.
"Em breve, o MPRJ vai tornar a dupla formalmente investigada. E pedirá à Justiça a quebra dos sigilos fiscais e bancários do senador e do seu ex-motorista, hoje habitando local incerto. Agora sim, se o Judiciário autorizar, o sigilo de Flávio será quebrado. O 01 chegou a entrar na Justiça acusando o MPRJ de ter aberto seus dados ilegalmente. Queria, assim, trancar, a pré-investigação dos procuradores. Seu pedido foi indeferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, assim como foram barradas pelo Judiciário outras tentativas de matar as investigações na sua fase inicial", lembra ainda Jardim.