sábado, 20 de abril de 2019

Lewandowski suspende prisões de 2ª instância em caso de crime eleitoral

Antônio Cruz/ Agência Brasil
Antônio Cruz/Agência Brasil 

O ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizou, nesta semana, dois réus de um processo de crime eleitoral aguardarem o julgamento final em liberdade; a decisão suspende o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral que não havia autorizado os acusados saírem da prisão; para justificar sua decisão, Lewandowski diz que prisão em segunda instância ofende o princípio da presunção de inocência
Carta Capital - O ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizou, nesta semana, dois réus de um processo de crime eleitoral aguardarem o julgamento final em liberdade. A decisão suspende o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral que não havia autorizado os acusados saírem da prisão.
 Para justificar sua decisão, Lewandowski diz que prisão em segunda instância ofende o princípio da presunção de inocência, presente no art. 5° da Constituição Federal. “Não consigo, assim como expressou o Ministro Marco Aurélio, ultrapassar a taxatividade desse dispositivo constitucional, que diz que a presunção de inocência se mantém até o trânsito em julgado. Isso é absolutamente taxativo, categórico; não vejo como se possa interpretar esse dispositivo”, disse o ministro.
Essa decisão faz parte de um cabo de guerra entre Lewandowski e o TSE. O caso trata-se de três vereadores da cidade do Rio de Janeiro que são réus em um mesmo processo de crime eleitoral. Condenados em 2ª instância a cinco anos de prisão, eles foram detidos para aguardarem julgamento final, algo que o próprio STF já havia definido como constitucional.
Os acusados recorreram ao TSE para aguardar o julgamento em liberdade, mas tiveram o pedido negado pelo ministro Tarcísio Vieira Neto.
Na suprema corte, Lewandowski autorizou um dos réus a sair da prisão. Depois que essa decisão foi concedida, os outros dois envolvidos no processo recorreram ao TSE, mas a maioria dos ministros decidiram negar a solicitação de liberdade baseando-se na decisão do próprio STF.
 Diante da derrota na corte eleitoral, os outros dois réus também apelaram ao Supremo, pedindo a Lewandowski a extensão do Habeas Corpus para eles. O ministro atendeu o pedido e libertou os acusados.
Lewandowski disse que a decisão  “em nada conflita com as decisões majoritárias” do STF. O ministro afirmou que concedeu a liberdade para os réus apenas para que possam aguardar em liberdade até o julgamento final do Supremo sobre a constitucionalidade de prisão em 2ª instância.
Entendimento aguarda votação no STF
Desde 2016, o Supremo entende que a prisão após segunda instância é possível. Aqueles condenados por tribunais de segundo grau, como os Tribunais Regionais Federais, podem ser presos. Foi baseado nessa decisão que o ex-juiz Sérgio Moro decretou a prisão do ex-presidente Lula.
Os ministros estão aguardando o presidente do tribunal, Dias Toffoli, colocar em votação a matéria. No começo do mês, ele adiou o julgamento das ações que tratavam sobre esse assunto.
 “Como se sabe, a nossa Constituição não é uma mera folha de papel, que pode ser rasgada sempre que contrarie as forças políticas do momento. Ao revés, a Constituição da República possui força normativa suficiente, de modo que os seus preceitos, notadamente aqueles que garantem aos cidadãos direitos individuais e coletivos, previstos no seu art. 5°, sejam obrigatoriamente observados, ainda que os anseios momentâneos, mesmo aqueles mais nobres, a exemplo do combate à corrupção, requeiram solução diversa, uma vez que, a única saída legítima para qualquer crise consiste, justamente, no incondicional respeito às normas constitucionais. Isso porque não se deve fazer política criminal em face da Constituição, mas sim, com amparo nela”, disse Lewandoski.


Centrais se unem contra reforma da Previdência e ataques a direitos dos trabalhadores


Os riscos à aposentadoria dos trabalhadores e ao sistema de seguridade social como um todo levou a uma ação histórica: as centrais sindicais brasileiras se uniram para dizer não à reforma da Previdência proposta pelo governo Jair Bolsonaro.
247 - Por Cláudia Motta, na Rede Brasil Atual – Os riscos à aposentadoria dos trabalhadores e ao sistema de seguridade social como um todo levou a uma ação histórica: as centrais sindicais brasileiras se uniram para dizer não à reforma da Previdência proposta pelo governo Jair Bolsonaro.
Em janeiro, essa disposição foi manifestada em nota. No dia 22 de março, protestos foram realizados em todo o Brasil, e em 4 de abril um abaixo-assinado começou a circular, com a chancela de todas as centrais, além das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Todas essas entidades estarão juntas também no Dia do Trabalhador, em ato unificado do 1º de Maio, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
A PEC 6/2019 está parada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, que na segunda-feira (15) aprovou, por 50 votos a 5, requerimento das deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Maria do Rosário (PT-RS), invertendo a pauta do colegiado. Com isso, a discussão da reforma da Previdência só começará depois da análise do orçamento impositivo (PEC 34), na semana após o feriado de Páscoa.
Nas ruas e nas redes
Além da ação conjunta nas ruas e pressionando os parlamentares no Congresso Nacional, as centrais sindicais mantêm em suas páginas farto material para esclarecer os trabalhadores sobre os efeitos nocivos da reforma de Bolsonaro.
Na CUT, um banner no alto do site dá acesso à página Reaja Agora. Lá, os trabalhadores encontram, além de muita informação sobre os reflexos da reforma na vida de cada um, vídeos, a calculadora de tempo para aposentadoria, do Dieese, e o Na Pressão, por meio do qual podem enviar mensagens aos parlamentares, cobrando que se posicionem e votem contra a reforma da Previdência.
O site da Força Sindical tem um banner que abre tão logo o trabalhador entra no site, dando acesso ao abaixo-assinado conjunto das centrais e a uma página com cartilha, fotos e vídeos sobre a luta contra a reforma.
A CTB vai colocar no ar a campanha Quero viver depois de trabalhar - Não mexa na minha aposentadoria. Com peças gráficas como cartazes, folhetos e uma cartilha com pontos explicativos sobre de que forma o trabalhador brasileiro será prejudicado com a "reforma", a campanha também terá vídeos, ações no Facebok, no Instagram e no Twitter, e um site para tirar dúvidas sobre o tema.
A CSB também mantém um banner no alto do seu site para levar a uma página específica com informações sobre a reforma da Previdência, os direitos ameaçados e orientações sobre o que os trabalhadores podem fazer para participar da luta.
Na CSP-Conlutas, além de notícias sobre a PEC 6/2019, um banner do lado direito da capa do site dá acesso à página específica Contra a Reforma da Previdência, com informações, materiais e vídeos que esclarecem a farsa da reforma e os prejuízos que os trabalhadores terão caso seja aprovada.
O site da Intersindical traz uma série de notícias que informam sobre os efeitos nocivos da reforma da Previdência para os trabalhadores brasileiros, assim como jornais, vídeos e uma cartilha.
Na UGT, notícias sobre o tema e uma nota da direção nacional avisa que a central está na luta e "não dará cheque em branco para a reforma da Previdência".
No site da Nova Central, os trabalhadores também encontram uma série de notícias que esclarecem sobre os prejuízos da reforma para toda a sociedade, além da cartilha explicativa, vídeo e plataforma para pressionar os parlamentares para que votem em defesa da aposentadoria, dos direitos dos trabalhadores.


Requião: só Lula pode ser o instrumento da pacificação do Brasil


Em entrevista à TV 247, o ex-governador e ex-senador pelo Paraná Roberto Requião afirmou que a liberdade de Lula está próxima e que o jogo mudou; "o Lula preso para eles é pior do que o Lula solto", diz; Requião também opinou sobre uma possível greve geral; assista
247 - O ex-governador e ex-senador pelo Paraná Roberto Requião afirmou que a liberdade do ex-presidente Lula começa a dar sinais de que se aproxima. Para ele, o ex-presidente é a alavanca necessária para a mobilização e pacificação nacional.
"O Guedes declara com todas as letras que, examinando o patrimônio do Lula, chega-se a conclusão e que o Lula não é corrupto. Então nós estamos provavelmente diante de um jogo diferente, ele liberam o Lula porque o Lula é a alavanca que pode mobilizar o Brasil contra a entrega da soberania e a retirada dos direitos dos trabalhadores. O Lula preso para eles é pior do que o Lula solto. Eles querem acabar de uma vez por todas com a nossa Previdência. O Lula seria o instrumento da pacificação do Brasil".
Requião também opinou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) da última quinta-feira (18) de liberar as entrevistas com Lula na prisão. "É inexplicável que o Lula não tenha podido falar até agora. Na Itália quando Gramsci estava na cadeia ele escrevia e publicava livros, autorizado pelo Mussolini. Aqui prendem o Lula e tiram a voz do ex-presidente da República que tinha muita coisa para dizer em relação ao que conheceu do governo, as pressões internacionais, privatização da Petrobrás e isso tudo que está acontecendo".
Sobre o julgamento do STF sobre Lula no próximo dia 23, o ex-senador afirmou que "tem um sinal que acena para a libertação do Lula no julgamento do dia 23".
O ex-governador ainda comentou sobre a oscilação do diesel durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. "Se nós tivéssemos em um momento de crescimento da economia e as cargas fossem abundantes no Brasil, a tarifa iria acompanhar o preço do diesel e de outros insumos e os caminhoneiros poderiam trabalhar. Mas nós estamos vendo, somada a uma recessão, não há carga para transportar e, ao mesmo tempo, esses facínoras da Petrobrás vinculam o preço do combustível ao dólar e aos preços internacionais. É mais ou menos como vincular o preço da água tratada das cidades brasileiras ao preço do litro de água no deserto do Saara. É uma coisa absolutamente inexplicável".
Para Requião, a greve dos caminhoneiros irá acontecer, porém, não vê grandes chances de um apoio dos sindicalistas. "Eu acho que essa greve vai acabar saindo, agora se os sindicatos apoiam ou não eu não sei. Eu lembro, na questão da prisão do Lula, que estava na sede dos sindicatos e nós achávamos que ele não deveria se entregar, que se quisessem ir buscá-lo lá deveriam ir para enfrentarem a insatisfação daquela população e isso não aconteceu. Alguns sindicalistas e advogados acharam que o Lula deveria se entregar".
O ex-senador afirmou que uma greve geral poderia abalar questões como a reforma da Previdência. "Eu acho que uma greve geral hoje chacoalhava, no mínimo, o Congresso Nacional e essas medidas de nova Previdência e de Banco Central independente desapareceriam por um passe de mágica, seria muito importante".


Greve Nacional da Educação está marcada para 15 de maio


"Vamos parar tudo, o protesto vai envolver técnicos administrativos, professoras e professores da rede privada e pública. No dia 15 de maio realizaremos a Greve Nacional da Educação contra a reforma da Previdência que acaba com a nossa aposentadoria". A afirmação é do coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, que chama todos os trabalhadores de estabelecimentos de ensino e entidades filiadas a organizarem e divulgarem o movimento
247, Por Por Carlos Pompe, no Portal CTB - "Vamos parar tudo, o protesto vai envolver técnicos administrativos, professoras e professores da rede privada e pública. No dia 15 de maio realizaremos a Greve Nacional da Educação contra a reforma da Previdência que acaba com a nossa aposentadoria". A afirmação é do coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, que chama todos os trabalhadores de estabelecimentos de ensino e entidades filiadas a organizarem e divulgarem o movimento.
O Dia da Greve Nacional da Educação está sendo convocado pela Contee, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e outras entidades nacionais do setor e conta com o apoio das centrais sindicais que pretendem organizar uma greve geral contra a reforma.
A proposta do Governo Bolsonaro de reforma da Previdência prejudica os trabalhadores em educação de todo o país, principalmente as mulheres. Só de professores, são 2,2 milhões, 80% mulheres, que têm seus direitos ameaçados. Atualmente, as professoras se aposentam com 50 anos de idade e 25 de contribuição, e os professores com 55 anos de idade e 30 de contribuição. Pelas novas regras propostas, as professoras serão as maiores prejudicadas. O tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria é estipulado em 30 anos, aumento de 5 anos para as professoras. Já em relação à idade mínima de 60 anos, serão 5 anos a mais para os homens e 10 anos a mais para as mulheres.
Para alcançar a aposentadoria integral (média das contribuições pagas), o tempo exigido é de 40 anos para professores e professoras. Com isso, as mulheres teriam que contribuir obrigatoriamente 10 anos a mais para obter o benefício integral. A mudança na regra do cálculo também reduz o valor dos benefícios. Hoje são dispensados 20% das menores contribuições. Pela nova regra até essas contribuições, totalizando 100%, serão levadas em conta.
Caso o governo insista na proposta, a greve geral dos trabalhadores em educação poderá se estender por tempo indeterminado. "Os direitos sociais estão sendo destruídos e não podemos aceitar isso. O descaso do governo com a educação é gritante, como demonstra a crise no MEC", denuncia Gilson. "Vamos nos unir, nos mobilizar, ocupar as ruas. Temos que lutar pelos nossos direitos. Não podemos deixar que rasguem a Constituição Federal. Vamos conversar com os estudantes e pais, esclarecer a situação péssima pela qual passa o país. Precisamos de um plano econômico, de emprego, de valorização do salário mínimo. Repudiamos essa reforma da Previdência", completa.
O movimento está sendo convocado com a palavra de ordem: "Contra o desmonte da aposentadoria, rumo à greve geral. Ninguém nasce só para trabalhar, aposentadoria é direito do cidadão".