sexta-feira, 22 de março de 2019

Globo fecha com Lava Jato e celebra prisão de Michel Temer


Embora tenha apoiado o golpe de 2016, que derrubou a presidente honesta Dilma Rousseff e colocou Michel Temer, corrupto há décadas, no poder, e tenha apoiado as políticas econômicas de seu governo, a Globo, dos irmãos Marinho, celebrou a prisão do ex-presidente; com editorial publicado no jornal e em seus portais de notícia, a Globo sinaliza que está fechada com a Lava Jato, na guerra da força-tarefa contra o STF e setores do Congresso
247 - Embora tenha apoiado o golpe de 2016, que derrubou a presidente honesta Dilma Rousseff e colocou Michel Temer, corrupto há décadas, no poder, e tenha apoiado as políticas econômicas de seu governo, a Globo, dos irmãos Marinho, celebrou a prisão do ex-presidente; com editorial publicado no jornal e em seus portais de notícia, a Globo sinaliza que está fechada com a Lava Jato, na guerra da força-tarefa contra o STF e setores do Congresso
O editorial destaca que a prisão de Temer "coloca o Brasil mais uma vez em destaque no combate à corrupção, porque agora há dois ex-chefes do Executivo Federal detidos. Lula e Temer. Isso não acontece sempre em um país no estado democrático de direito".
O Globo comenta ainda sobre o fato de que o ex-presidente foi preso numa operação que encarcerou muitas outras pessoas: "Assim como acontece com Cabral e Lula, Michel Temer não é alvo isolado: mandados foram expedidos para São Paulo, Rio, Porto Alegre e Brasília. Um deles, para o ex-ministro Moreira Franco, que assumiu cargos no primeiro escalão do governo anterior".
O editorial conclui repercutindo a ameaça da Lava Jato contra o mundo jurídico e político: "A exibição de força da Lava-Jato parece um alerta aos que desejam conter a devassa por que passam políticos e empresários próximos do poder".


Foto de obra “inaugurada” por Bolsonaro no Nordeste é de estrada no Rio


A Agência Lupa é tida como a primeira do Brasil especializada em fact-checking; ou seja, eles conferem a veracidade das notícias. Pois essa agência está denunciando mais uma fake news de Bolsonaro.
O governo faz propaganda de uma obra, que seria a segunda rodovia já inaugurada por Bolsonaro no Nordeste em menos de 10 dias. Acontece que a foto é de uma estrada que fica no Rio de Janeiro.



Afrânio: punitivismo da “Lava Jato” coloca em risco Estado de Direito


"Tenho verdadeira repugnância pela figura do senhor Michel Temer e desprezo seus companheiros de governo, ora presos preventivamente", diz o jurista Afrânio Silva Jardim; "Entretanto, tendo em vista a coerência que sempre busquei, não posso deixar de reprovar esta banalização das prisões cautelares. Banalização esta incompatível com o Estado Democrático de Direito"
Por Afrânio Silva Jardim, no Facebook
CONTINUA A BANALIZAÇÃO DA PRISÃO PROCESSUAL. O PUNITIVISMO DA "LAVA JATO" COLOCA EM RISCO E ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
Tenho verdadeira repugnância pela figura do senhor Michel Temer e desprezo seus companheiros de governo, ora presos preventivamente.
Muitas das mazelas que estão ocorrendo em nosso país decorrem de sua ambição desmedida, que o levou a trair a ex-presidente Dilma. Na minha opinião, este senhor, vaidoso e sem ética, é uma pessoa abjeta.
Entretanto, tendo em vista a coerência que sempre busquei, não posso deixar de reprovar esta banalização das prisões cautelares. Banalização esta incompatível com o Estado Democrático de Direito.
Como todos sabem, a prisão preventiva exige decisão judicial fundamentada, que demonstre, no caso concreto, a presença de um dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, além de alguma prova da autoria ou participação de uma conduta penalmente típica e de sua existência material.
Em minha opinião, o nosso cenário jurídico é tenebroso. A exceção está virando regra. As prisões cautelares (provisória e preventiva) estão sendo usadas para o chamado "processo penal do espetáculo", para "afirmações de poder" e como forma de punir antes da condenação.
Julgo estar faltando um pouco mais de sensibilidade e, mesmo, de humanidade aos responsáveis pelas decretações destas prisões.
Extrema severidade com os políticos e extrema tolerância com os empresários e doleiros delatores.
Como tenho dito, o acordo de delação premiada é seletivo por natureza. Através das"delações premiadas" o membro do Ministério Público escolhe quem ele quer botar na cadeia. Esta é a realidade.
Esta parcialidade explica por que delatores condenados a penas altíssimas fiquem em "prisões domiciliares", em desrespeito ao que dispõe o Código Penal e a Lei de Execuções Penais.
Não estou convencido da necessidade destas prisões.
Não estou convencido de que ex-presidentes da república precisem "responder", presos, aos seus processos. São homens de idade avançada. com residência fixa e que não colocam, em absoluto, em risco a ordem pública.
Os fatos são antigos e a prisão jamais impediria que alguma conduta indevida possa ser praticada por eles de modo a prejudicar a instrução criminal, mormente em se tratando de crime de colarinho branco, já que terceiros em liberdade podem representá-los nos atos negociais.
Não nutro pelo senhor Temer e seus ministros presos simpatia alguma, mas não sou favorável a uma "justiça vingativa". Parece que o ódio que a grande imprensa conseguiu disseminar na sociedade está contaminando o nosso "sistema de justiça penal".
Julgo que muitos destes exageros de nossa sistema de justiça criminal estão ligados a vaidades pessoais e à busca de afirmação como autoridade a ser temida ou venerada por muitos.
Sem querer ser elitista ou ferir o salutar princípio da igualdade, acho justo distinguir, em termos de prisão cautelar, um assaltante de 25 anos de idade de homens públicos, que ocuparam cargos relevantes, alguns eleitos pelo povo e com idades avançadas, muitos portadores de alguma enfermidade.
Tratar desigualmente pessoas desiguais não é privilegiar ninguém ... Condenados que sejam, aí sim, devem cumprir normalmente as suas penas.
Enfim, pugno por um pouco mais de condescendência com as pessoas ainda não condenadas, até por que o Ministério Público e o Poder Judiciário, como instituições humanas, também têm suas mazelas. Muitas mazelas ...


Bolsonaro é comparado a Hitler no Chile


'Bolsonaro é fundamental para que superemos as políticas de esquerda' diz senadora chilena de partido de direita; 'Juntar-se hoje com Bolsonaro é como juntar-se a Hitler de 1936', diz deputada Carmen Hertz, do Partido Comunista. A visita do presidente Jair Bolsonaro ao Chile, a primeira que ele faz ao país desde que tomou posse, está gerando forte polêmica no território andino. Bolsonaro desembarcou no fim da tarde desta quinta-feira (21) em Santiago
247 - Por Marcia Carmo, na BBC Brasil - 'Bolsonaro é fundamental para que superemos as políticas de esquerda' diz senadora chilena de partido de direita; 'Juntar-se hoje com Bolsonaro é como juntar-se a Hitler de 1936', diz deputada Carmen Hertz, do Partido Comunista. A visita do presidente Jair Bolsonaro ao Chile, a primeira que ele faz ao país desde que tomou posse, está gerando forte polêmica no território andino. Bolsonaro desembarcou no fim da tarde desta quinta-feira (21) em Santiago.
De um lado, a oposição, que tem maioria no Congresso, e entidades de direitos humanos rejeitam a visita de Bolsonaro por conta de declarações elogiando o ditador Augusto Pinochet (1915-2006), feitas durante a campanha presidencial. No Twitter, a deputada do Partido Comunista Carmen Hertz disse que "juntar-se hoje com Bolsonaro é como juntar-se a Hitler de 1936".
De outro está o anfitrião, o presidente Sebastián Piñera, de centro-direita, e parlamentares da base governista, que veem a visita como uma forma importante de aproximar os dois países.
"Não nos cabe como chilenos questionar decisões soberanas de outros países. E Bolsonaro é fundamental para que superemos as políticas de esquerda", diz Jacqueline Van Rysselberghe, do partido de direita União Democrática Independente (UDI), que integra a base governista
Bolsonaro foi convidado por Piñera para participar com outros líderes regionais de discussões sobre o lançamento do organismo regional Prosul. A entidade pretende ocupar o lugar da União de Nações Sul-americanas (Unasul), que teve respaldo dos ex-presidentes Lula e de Hugo Chávez.
Para o analista e professor da Universidade de Valparaíso Guillermo Holzmann, a Prosul simbolizaria a guinada à direita da região e teria objetivos como a coordenação de políticas sobre a Venezuela e de medidas econômicas e comerciais voltadas, entre outros, para países da Ásia-Pacífico.
Para Holzmann, a divisão sobre a visita de Bolsonaro se deve "às declarações sobre Pinochet e mais recentemente sobre (o ditador) Alfredo Stroessner, do Paraguai, além do que já disse sobre as mulheres, que não são bem vistas por políticos e pelos setores que defendem a democracia e condenam os anos de ditadura na região".
Bolsonaro elogiou o ditador Stroessner em encontro recente com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que é filho de um dos principais assessores do mandatário que governou o país entre 1954 e 1989.
Ao chegar ao Chile, Bolsonaro disse, segundo veículos locais, que "aqui não vou falar de Pinochet".
Para Holzmann, a presença do presidente brasileiro reforçará a imagem de Piñera como líder da centro-direita no Chile, o que poderá dificultar o andamento dos seus projetos no Congresso - o governo não tem maioria no Parlamento.


Secretário Beto Preto libera recursos para Hospital de Faxinal


O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, assinou nesta semana liberação de verba de R$ 91.436 mil para o município de Faxinal. “Estamos atendendo a uma solicitação da população que precisa de atendimento próximo e de qualidade. Este recurso será usado na ampliação do Hospital Municipal de Faxinal. Estive na reunião da AMUVI (Associação dos Municípios do Vale do Ivaí), que tem como presidente Ylson Cantagallo, prefeito de Faxinal e disse que faria a liberação. É mais um compromisso que estamos cumprindo”, disse o secretário.
Esta é a primeira parcela de um total de seis, que somam R$ 1.048.421,30.

“Assumimos o compromisso com o Vale do Ivaí e imediatamente assinamos a liberação reconhecendo a importância e necessidade do serviço para a população”, disse o secretário Beto Preto.
Segundo ele esta ação atende a proposta do Governo Ratinho Junior de regionalização da saúde. “Estamos olhando com cuidado para os 399 municípios do Estado e atendendo as aspirações dos moradores para que todos recebam atendimento e tratamento com mais qualidade, rapidez e eficiência”, observou.

Fonte: Assessoria de Imprensa/SESA

PT: principais artífices do golpe e da prisão de Lula estão sendo descartado


O Partido dos Trabalhadores comentou a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco nesta quinta-feira, 21, determinada pelo juiz Marcelo Bretas, no âmbito da operação Lava Jato; "O que fica evidente é que, cumpridos os objetivos do golpe do impeachment de 2016 e da proibição ilegal a Lula de concorrer as eleições de 2018, seus principais artífices estão sendo descartados pelos que realmente movimentaram os cordéis: o sistema financeiro, os representantes dos interesses estrangeiros no país, com o apoio da mídia conservadora", diz o PT
247 - O Partido dos Trabalhadores comentou a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco nesta quinta-feira, 21, determinada pelo juiz Marcelo Bretas, no âmbito da operação Lava Jato.
Em nota assinada pela presidente, Gleisi Hoffmann, e pelos líderes na Câmara e no Senado, Paulo Pimenta e Humberto Costa, o PT diz esperar que a prisão de Michel Temer tenha sido sob fatos consistentes e respeitando o processo legal, "e não apenas por especulações e delações sem provas, como ocorreu no processo do ex-presidente Lula e em ações contra dirigentes do PT".
"O que fica evidente é que, cumpridos os objetivos do golpe do impeachment de 2016 e da proibição ilegal a Lula de concorrer as eleições de 2018, seus principais artífices estão sendo descartados pelos que realmente movimentaram os cordéis: o sistema financeiro, os representantes dos interesses estrangeiros no país, com o apoio da mídia conservadora", diz o PT.
Leia, abaixo, a nota na íntegra:
Nota do PT sobre a prisão de Michel Temer e Moreira Franco
O Partido dos Trabalhadores espera que as prisões de Michel Temer e de Moreira Franco, entre outros, tenham sido decretadas com base em fatos consistentes, respeitando o processo legal, e não apenas por especulações e delações sem provas, como ocorreu no processo do ex-presidente Lula e em ações contra dirigentes do PT.
Temer assumiu a presidência em um golpe deplorável. Sua agenda no governo levou ao aumento da desigualdade e da miséria, no entanto é somente dentro da lei que se poderá fazer a verdadeira Justiça e punir quem cometeu crimes contra a população. Caso contrário, estaremos diante de mais um dos espetáculos pirotécnicos que a Lava Jato pratica sistematicamente, com objetivos políticos e seletivos.
O que fica evidente é que, cumpridos os objetivos do golpe do impeachment de 2016 e da proibição ilegal a Lula de concorrer as eleições de 2018, seus principais artífices estão sendo descartados pelos que realmente movimentaram os cordéis: o sistema financeiro, os representantes dos interesses estrangeiros no país, com o apoio da mídia conservadora. Isso vale para a própria Lava Jato e seu comandante, Sergio Moro, que travam hoje uma encarniçada luta pelo poder contra o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e a cúpula da PGR.
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT

Humberto Costa, líder do PT no Senado
Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara



STF suspende depoimento de Lula e garante acesso a delação de Palocci


Ricardo Stuckert
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender o depoimento dele marcado para esta sexta-feira (22). Fachin concordou com a defesa e determinou prazo mínimo de cinco dias úteis para que os advogados possam analisar o material da delação do ex-ministro Antonio Palocci
Agência Brasil – O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender o depoimento dele marcado para esta sexta-feira (22).
Detido há 11 meses, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, Lula era aguardado para depor em quatro inquéritos.
Fachin concordou com a defesa e determinou prazo mínimo de cinco dias úteis para que os advogados possam analisar o material.
O ministro determinou, ainda, que a 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba seja comunicada com “urgência” da decisão.
A defesa de Lula, desde sua prisão em abril de 2018, reitera a inocência dele e diz que ele não cometeu crimes em momento algum. O ex-presidente também afirma que não cometeu irregularidades.


Esquema de Temer envolveu “parcelamento de propina” na ordem de R$ 1,8 bilhão


A prisão do ex-presidente Michel Temer foi possível graças a um rastreamento de esquema de propinas; o montante identificado até o momento soma R$ 1,8 bilhão; segundo o procurador José Augusto Vagos, houve um "parcelamento" de propina que pode ainda estar em operação em ligação direta com funcionários da empresas historicamente envolvidas no esquema; Usina EPE & J&F figura na lista dos repasses, sendo o mais vultuoso da ordem de R$ 720 milhões
247 -  A prisão do ex-presidente Michel Temer foi possível graças a um rastreamento de esquema de propinas. O montante identificado até o momento soma R$ 1,8 bilhão. Segundo o procurador José Augusto Vagos, houve um "parcelamento" de propina que pode ainda estar em operação em ligação direta com funcionários da empresas historicamente envolvidas no esquema. Usina EPE & J&F figura na lista dos repasses, sendo o mais vultuoso da ordem de R$ 720 milhões.
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informa que "a Lava Jato indicou relacionou 'Câmara dos Deputados (OAS)' ao valor de R$ 7,8 milhões. A situação atual, segundo a Procuradoria, é 'dinheiro em espécie, empresas de fachada, pagamento de boletos, doleiros, crédito em conta no exterior (recebida e ocultada)'. Os investigadores incluíram na tabela o valor de 'R$ 5,9 milhões (valores comprovadamente recebidos, muito inferiores aos prometidos pelos próximos 70 anos)' ao Decreto dos Portos. De acordo com o Ministério Público Federal, a situação atual é 'empresas de fachada, contratos fictícios (parte recebida e ocultada, maior parte a receber)'."
A matéria ainda acrescenta que "a tabela aponta que o somatório de todas as propinas pagas ou prometidas alcançou R$ 1,8 bilhão. 'Os valores ilícitos até agora recebidos ou prometidos, além dos desviados, passam, portanto, de R$ 1,816 bilhão, sendo que boa parte desses valores da organização criminosa permanecem ocultos, por meio de ações atuais e permanentes de lavagem, com outros ainda permanecem pendentes de recebimento. Trata-se de fundamento bastante evidente para decretação de prisão preventiva do líder da organização criminosa', apontou a Lava Jato."


Após visita, juiz reforça inocência de Lula e agradece: “Trabalhou contra corrupção”


Em entrevista ao Brasil de Fato, Edevaldo de Medeiros critica o caráter político da operação Lava Jato
Medeiros conversa com apoiadores de Lula em frente à PF - Créditos: Eduardo Matysiak
Medeiros conversa com apoiadores de Lula em frente à PF / Eduardo Matysiak

Nesta quinta (21), uma comissão de 12 juízes federais, estaduais, do trabalho e desembargadores estiveram em Curitiba (PR) para manifestar solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pela manhã, integrantes da comissão fizeram uma roda de conversa sobre a conjuntura do Poder Judiciário. O debate ocorreu na Vigília Lula Livre, que se mantém em frente à superintendência da Polícia Federal (PF) desde o dia 7 de abril de 2018, quando Lula foi preso. À tarde, representando a comissão, Edevaldo de Medeiros, juiz federal titular da 1ª Vara Federal de Itapeva (SP), esteve com Lula por uma hora.
“Tem um gigante ali dentro. Tem um homem muito forte e corajoso. O presidente Lula está com excelente saúde. Ele é um leão”, comparou, em conversa com militantes após a visita. “Ele não aceita outra decisão do Poder Judiciário que não seja sua absolvição”.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Medeiros falou sobre o caráter político da operação Lava Jato desde que foi deflagrada, em 2014, analisou o papel do ex-juiz Sérgio Moro nesse processo e fez uma defesa da função do Supremo Tribunal Federal (STF) como “guardião da Constituição” na atual conjuntura.
Confira os melhores momentos da conversa:
Brasil de Fato: O senhor visitou o ex-presidente Lula nesta quinta (21) representando 12 juízes. Que recado essa comissão levou ao ex-presidente?
Edevaldo de Medeiros: Nós somos uma comissão de juízes representando a Associação Brasileira de Juristas para a Democracia (ABJD). São todas pessoas que gostam muito do presidente Lula, têm muito afeto, gratidão por ele, por várias razões. Nós queremos nos solidarizar com ele, humanamente, porque a gente sabe que ele está sofrendo muito.
Eu, particularmente, tenho gratidão muito grande pelo trabalho que ele fez contra a corrupção no Brasil. A Polícia Federal nunca foi tão forte quanto foi quando ele era presidente, Ele prestigiou o Ministério Público como nenhum presidente antes dele tinha feito. Ele nomeou sempre para o cargo de procurador-geral da República o escolhido em primeiro lugar na votação da ANPR [Associação Nacional dos Procuradores da República], e isso é um grande prestígio, na minha opinião, para o Ministério Público.
Lula criou 230 varas federais no Brasil inteiro, e isso reflete diretamente no acesso à Justiça. São muitas varas, e isso também facilitou o combate à corrupção. Então, nesse sentido que a gente vem oferecer nosso abraço ao presidente Lula, de amor mesmo, e de gratidão.
O Lula foi preso no âmbito da Lava Jato. A operação tem início em 2014, ano de eleições presidenciais; em 2016, ano em que a presidenta Dilma Rousseff foi deposta, a Lava Jato tem recorde de etapas (16 fases ao longo do ano); já em 2018, o líder nas pesquisas eleitorais para Presidência da República é preso. É possível dizer que a Operação Lava Jato tinha um objetivo político desde o início?
Olha, eu tenho muita reticência com relação a essas investigações que a polícia dá nome e chama de “operações”, sejam elas quais forem.
O Código de Processo Penal não trabalha com essa entidade midiática chamada operação. Ele trabalha com investigação, e essa é a linguagem jurídica. A investigação é feita dentro de um processo penal e depois se torna um processo criminal.
Essas operações, que recebem os mais variados nomes lá dentro da polícia, têm um caráter midiático, de propaganda da Polícia Federal. É uma entidade fictícia, mas que provoca uma reação no povo, e esse parece ser o interesse.
Eu não simpatizo com isso, e nas minhas decisões nunca faço referência a esses nomes que a polícia dá. Eu faço referência ao número do inquérito, do processo.
Essa operação, chamada Lava Jato, tem inspiração na operação Mãos Limpas, da Itália. É fora de dúvida que a operação Mãos Limpas interferiu no processo político italiano, e mesmo lá não deu certo.
A Itália não é um exemplo de Estado Democrático de Direito, mas sim, é um país muito corrupto. A crítica que eu sempre fiz a esse tipo de procedimento, de copiar uma coisa de outros países, é que tem que copiar coisa que dá certo. A gente tem que copiar o que se trabalha em matéria de Direito Penal e de Processo Penal nos países que têm baixa população carcerária, onde há menos corrupção.
Agora, a antevisão de que ela teria esse viés político, eu acho que era possível diante do que aconteceu na Itália. Parece também que isso acabou se confirmando com a saída do juiz Sérgio Moro, que se torna ministro [da Justiça] do candidato que se beneficiou, vamos dizer assim, desse estado de coisas.
Como o senhor avalia a atuação de Moro enquanto juiz da operação Lava Jato e, agora, como Ministro do governo Bolsonaro?
Eu não vou fazer uma crítica direta à atuação profissional do ex-juiz, porque poderia ser uma falta de ética da minha parte. Mas vou falar de um modo genérico. A questão da idolatria que se formou em torno dele, da imagem que ele produziu de “pop-star”, eu não sou a favor. Na democracia, o que tem que brilhar são as instituições, e têm que brilhar por cumprir a lei. A sociedade brasileira é tão carente que acaba se apegando ao juiz e ao juiz combatente.
A figura do juiz combatente é contrária à Constituição, porque juiz não tem que combater a criminalidade. Quem tem que combater a criminalidade é a polícia e o Ministério Público. O juiz tem que julgar.
Quando um juiz toma a frente de uma investigação, ou se ele parece ser um juiz punitivista, ele perde a essência da magistratura, que é a imparcialidade.
Eu não estou dizendo que o juiz tenha sido parcial, o que eu estou dizendo é que as pessoas esperavam isso dele, que ele fosse imparcial.
Agora, o que ficou muito chato e pôs mesmo em dúvida a atividade dele enquanto juiz foi o fato de ele ter saído e se tornado ministro do candidato que ganhou a eleição. E ter combinado isso, inclusive, enquanto era juiz. E ter prendido um ex-presidente da República que tinha plenas condições de ganhar as eleições no primeiro turno. Então, eu acho que essa dúvida que se manifesta é uma dúvida extremamente relevante.
São autoridades internacionais e nacionais, escritores respeitados de Direito Penal e Processo Penal que põem em dúvida a atividade do juiz. O Brasil tem que se acautelar desse tipo de coisa, inclusive, do “juiz-estrela”. Eu costumo dizer o seguinte: a gente não vive em Gotham City, e juiz não é Batman. Juiz tem o papel de julgar com imparcialidade.
Enquanto ministro, Moro nomeou e revogou a nomeação de Ilona Szabó para suplência no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária [CNPCP]; propôs o chamado pacote anticrime e criou um atrito com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), por pressioná-lo a pautar a votação do pacote. O senhor entende que ele tem demonstrado dificuldade em exercer essa função política dentro do governo?
Eu acho que ele é um pouco imaturo ainda, não sabe muito bem lidar com os políticos. Então, eu acho que ele está tendo as dificuldades próprias de um iniciante, porque na política as coisas não são tão simples. Na política tem que saber pedir, tem que saber negociar, e talvez faltem a ele alguns atributos para ser um bom político.
Mas você tocou num assunto que é muito interessante, que é esse pacote “anticrime”. Isso não é anticrime: é anticonstituição, porque viola diversos direitos fundamentais, visa dar à polícia uma carta branca para cometer homicídios.
A polícia brasileira é a que mais mata e a que mais morre no mundo, infelizmente. E assim é por conta do modelo que nós temos de exclusão social. Querer combater isso legitimando homicídios praticados pela polícia é uma coisa absurda, é uma coisa própria de regimes autoritários e não de Estado democrático de direito. Isso não tem nada a ver com democracia.
Eu espero que esse projeto anticonstituição não seja aprovado, sequer seja pautado para votação, porque isso é uma afronta à sociedade civilizada.
Na roda de conversa na Vigília Lula Livre, o senhor falou em defesa do Supremo Tribunal Federal [STF] e do Supremo Tribunal de Justiça [STJ]. No atual momento de descrédito das instituições brasileiras, o senhor acredita que deve ser uma pauta dos movimentos populares a defesa dessas instituições?
Eu pertenço ao Poder Judiciário e eu tenho a obrigação de defendê-lo. A instituição pode, eventualmente, fazer coisas com as quais eu não concordo, mas é minha obrigação lutar pelo direito, lutar pela instituição e protegê-la.
O STF é um fundamento da República, é o guardião da nossa Constituição. Não existe sociedade civilizada no mundo, não existe estado democrático de direito sem uma corte constitucional, sem um Supremo Tribunal Federal.
Podemos sempre criticar as instituições. Aliás, devemos criticar, porque é próprio da democracia. Mas a gente não pode falar de fechar o STF, falar de “cabo e soldado” para fechar o STF… o que é isso?
Essa gente não tem apreço pela República, não tem apreço pela democracia. E eu insisto: nós temos excelentes quadros no STF e no STJ, excelentes ministros, muito experientes, autoridades renomadas que são respeitadíssimas inclusive fora do Brasil.
Essa gente está achincalhando para poder obrigar o Poder Judiciário a fazer o que eles querem, que é interferir politicamente dentro do Judiciário, e isso é inaceitável.
Os juízes têm que se unir, porque nenhuma pessoa pode ser julgada corretamente, adequadamente, senão por uma corte imparcial, um tribunal imparcial e que não está sob pressão.
Não existe possibilidade de um julgamento livre de vício se você tem juízes amedrontados ou juízes ofendidos, escrachados pela mídia. A gente não pode aceitar que isso ocorra no Brasil, e eu repudio isso com absoluta veemência.
Fonte: Brasil de Fato

PM ameaça invadir e prender coordenadores da Vigília Lula Livre, em Curitiba (PR)


Apoiadores do ex-presidente estão em terreno privado e não tiveram acesso a um mandado que justificasse a ação
Policiais fazem ameaças em frente à PF - Créditos: Eduardo Matysiak
Policiais fazem ameaças em frente à PF / Eduardo Matysiak

A partir de decisão sem mandado judicial e sem apresentar argumentos, nesta quinta-feira (21) a Polícia Militar (PM) ameaçou invadir a Vigília Lula Livre e prender os coordenadores do espaço – que reúne apoiadores do ex-presidente Lula (PT) em Curitiba (PR) desde a prisão pela operação Lava Jato, em 7 de abril de 2018. Ao todo, são três viaturas policiais estacionadas em frente à Vigília, que fica em um terreno privado ao lado da Superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso, no bairro Santa Cândida.
De acordo com o advogado Daniel Godoy, que representa as organizações que atuam no local, havia uma liminar referente ao trânsito em via pública, e não de um espaço privado como o da Vigília. As organizações estão em contato com autoridades estaduais para impedir violações.
Integrantes da Vigília entendem que as atividades devem seguir normalmente e ressaltam que, como atuam em espaço privado, respeitam o horário comercial e não cometem ilegalidades. (Veja o vídeo).

A reportagem do Brasil de Fato entrou em contato e aguarda retorno da Polícia Militar para ter acesso aos documentos que justificariam a invasão do local.
O vídeo abaixo, gravado por Eduardo Matysiak mostra as primeiras ameaças, no fim da tarde desta quinta (21). Segundo o agente policial que aparece nas imagens, identificado apenas como Nascimento, a saudação coletiva conhecida como "Boa noite, presidente Lula" estaria proibida por ordem judicial: (Assista)
A coordenação da Vigília Lula Livre publicou uma nota sobre o caso. Confira na íntegra:
"A Coordenação da Vigília Lula Livre repudia ação intimidatória de um grupo da Polícia Militar do Paraná na noite desta quinta-feira (21).
Perto do horário em que tradicionalmente é realizado o “Boa Noite, presidente Lula”, um grupo de policiais militares fortemente armados, sem ordem judicial, promoveu uma tentativa de despejo da Vigília, que ocorre em terreno privado.
Sem mandado ou qualquer documentação oficial, os policiais, acompanhados de um advogada ligada ao grupo República de Curitiba, ameaçaram prender membros da coordenação da Vigília, além de um grupo de juízes que participava das atividades no local caso o Boa Noite fosse realizado. 
A situação foi contornada apenas quando um major da PMPR chegou ao local e informou prontamente que não havia operação, nem ordem judicial para a ação e liberou a realização do Boa Noite, sem risco de violência por parte dos agentes de segurança.
Os policiais então recuaram e argumentaram que estavam responsáveis pela patrulha de um jogo de futebol quando receberam a denúncia de um morador sobre perturbação da ordem e se dirigiram ao local. 
Constatando que não havia perturbação, a Vigília pôde encerrar suas atividades diárias com a realização do tradicional “Boa Noite, presidente Lula”. Advogados da Vigília acompanharam a ação e auxiliaram na garantia dos direitos dos apoiadores do ex-presidente que compõem a Vigília Lula Livre. 
Seguimos em resistência há 349 dias, na luta pelo restabelecimento do Estado Democrático de Direito, contra qualquer abuso de autoridade. Daqui sairemos no dia em que o presidente Lula tiver seu direito a um julgamento justo assegurado, que reconheça sua inocência e seu direito à liberdade.
Lula Livre, Lula Inocente".
Fonte: Brasil de Fato


Prefeito prestigia entrega de honraria à Igreja Metodista


Diploma proposto pela vereadora Márcia Souza foi entregue pela Câmara Municipal aos 68 anos de serviços prestados pela instituição religiosa (Foto: Profeta)

Na noite de quarta-feira (20), em Sessão Solene, conduzida pelo presidente da Câmara Municipal, Luciano Augusto Molina Ferreira, o legislativo apucaranense se reuniu para proceder a entrega do “Diploma de Méritos em Tarefas Comunitárias” à Igreja Metodista de Apucarana. A honraria proposta pela vereadora Márcia Regina da Silva Sousa, foi aprovada por unanimidade dos vereadores e sancionada pelo então prefeito Carlos Alberto Gebrim Preto, Dr. Beto Preto, atual Secretário de Estado da Saúde, tornando-se a Lei nº 53/2018 de 29 de junho de 2018.
A Igreja Metodista completou no dia 28 de fevereiro deste ano 68 anos de atividades eclesiásticas e sociais. Segundo a vereadora Márcia Sousa, a Igreja mantém um vigoroso trabalho de apelo e resgate de almas através dos pastores que fazem diversas campanhas de orações e intelecções a Deus pela cura e libertação. “Por ser um trabalho que apresenta resultados poderosos para a honra e glória do Senhor, recuperar vidas, das quais muitas já marginalizadas pela sociedade e as devolvendo ao convívio familiar e social e contribuir com milhares de apucaranenses, fizemos a proposição do Diploma”, justificou a vereadora.
Em nome da Igreja Metodista Central de Apucarana, o Pastor Henry Sakiama, recebeu o Diploma das mãos da vereadora Márcia Souza e agradeceu a honraria. “Esse Diploma valoriza a história da nossa Igreja na cidade. Completamos 68 anos de atividades em Apucarana. Uma cidade que completou 75 anos. Podemos dizer que a igreja e a cidade cresceram juntas, caminharam juntas. Tivemos um papel importante nas atividades e trabalhos sociais e temos ainda hoje. Esse reconhecimento de toda Câmara e da vereadora Márcia é um grande presente”, destacou.
Presente na solenidade o prefeito Júnior da Femac parabenizou a vereadora Márcia Sousa e a Câmara Municipal pela homenagem. “Obrigada por ajudarem a construir uma cidade melhor todos os dias”, citou.
Junior frisou que a homenagem contempla uma igreja muito tradicional na cidade. “Apucarana tem a história mais bonita que já conheci, uma história de vitórias. E dentro dessa história temos vários atores. E sem dúvida, um dos atores importantes é a Igreja Metodista, que em fevereiro, completou 68 anos. Tem um trabalho espiritual e social belíssimo e forte. Estamos falando de pessoas que fazem parte da igreja, querem o bem e que fazem o bem. Parabéns a todos por esse merecido reconhecimento”, finalizou Junior da Femac.
Participaram da sessão o Pastor Valdir Silvério dos Reis da Comunidade Evangélica Nova Aliança, Pastor Edmilson Marques SD Distrital de Mandaguari, Pastor Sidney da Comunidade de Vila Reis, Maurício Borges, secretário Municipal de Comunicação, 1º Tenente Cochac, 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado, Antônio Penharbel Filho, ex-vereador e ex-prefeito de Apucarana, Plínio Paulino Bassi, Cidadão Honorário de Apucarana, fiéis e convidados.