Em depoimento complementar à Lava Jato, o ex-diretor do
Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER-PR) Nelson Leal
Júnior descreveu três pedidos de propinas, em 2014 e 2015, ao então presidente
da Econorte, Helio Ogama – também delator.
LEIA TAMBÉM:
O ex-diretor do DER apontou que cerca de R$ 220 mil
da Econorte foram repassados para a campanha do ex-governador do Paraná Beto
Richa (PSDB) para o deputado Guto Silva (PSD), hoje chefe da Casa Civil do
governo de Ratinho Júnior (PSD).
À Lava Jato, Nelson Leal Júnior declarou que José
Richa Filho, o Pepe Richa, irmão do ex-governador, e Mounir Chaowiche,
ex-secretário de Habitação, ambos coordenadores da campanha de Beto Richa, o enviaram
aos municípios de Paranavaí e Umuarama, no interior do Estado por 40 dias, para
fazer campanha pelo tucano.
“José Richa Filho orientou procurar alguma empresa
que tivesse contrato com o DER para que ela arcasse com as despesas inerentes
ao deslocamento e realização da campanha”, relatou Nelson leal Júnior.
O colaborador afirma que procurou o então
presidente da Econorte, Helio Ogama, e solicitou a este o valor de R$ 80 mil.
Segundo o ex-diretor do DER, o valor foi entregue
por Helio Ogama em sua sala no DER logo no início da campanha de 2014.
No depoimento, Leal disse que utilizou
integralmente o montante de R$ 80 mil nos 40 dias que ficou no interior do
Estado quitando despesas de hotel, gasolina, alimentação.
O segundo pedido de valores envolveu o deputado
Guto Silva, segundo o depoimento complementar de Leal Júnior. O delator disse
ter repassado R$ 100 mil, em mãos, ao deputado em 2014.
A terceira solicitação, contou o delator, ocorreu
em 2015. Nelson Leal Júnior narrou que a Associação Brasileira dos
Departamentos de Estradas de Rodagem (Abder) fez um congresso na cidade de Foz
do Iguaçu.
“Para custear as despesas do evento, foi solicitado
o valor de R$ 100 mil para Helio Ogama, então presidente da Econorte”, afirmou.
“Em razão da solicitação, no mês de março de 2015,
o colaborador recebeu de João Marafon, advogado da Econorte, o montante de R$
40 mil ou R$ 50 mil; que a entrega foi realizada no hotel Four Points by
Sheraton em Curitiba, no qual João Marafon estava hospedado”, contou o
colaborador.
Em depoimento à Lava Jato em janeiro, o
ex-presidente da Econorte, Helio Ogama, confirmou as propinas narradas por Leal
Júnior.
Fonte: Blog do Esmael com informações do Estadão