domingo, 10 de fevereiro de 2019

PGR: delação de Palocci é imprestável


A delação de Antonio Palocci é praticamente imprestável; esta é a avaliação da cúpula segundo a coluna Radar, da revista Veja, insuspeita de qualquer simpatia por Lula; avaliação coincide com a do Ministério Publico Federal de Curitiba; o acordo foi rechaçado em 2018 pelo MP, sendo costurado de forma improvisada pela PF para tornar-se uma peça da campanha presidencial -às vésperas das eleições, Sérgio Moro liberou a delação para divulgação; ela foi amplamente utilizada contra Lula e Fernando Haddad, então candidato do PT
247 - A delação de Antonio Palocci tem muita história rocambolesca mas poucos fatos, muita conversa e quase nenhuma prova. Por isso, é praticamente imprestável. Esta é a avaliação da cúpula da Procuradoria Geral da República (PGR), segundo a coluna Radar, da revista Veja, insuspeita de qualquer simpatia por Lula (aqui). A avaliação coincide com a do Ministério Publico Federal de Curitiba. Tanto que o acordo foi rechaçado em 2018 pelo MP, sendo costurado de forma improvisada pela Polícia Federal para tornar-se uma peça da campanha presidencial -às vésperas das eleições, Sérgio Moro liberou a delação para divulgação e ela foi amplamente utilizada para atacar Lula e Haddad, então candidato do PT à Presidência.
Faltando apenas seis dias paras eleições presidenciais, Moro quebrou, em 1 de outubro, nesta segunda-feira, 1, o sigilo de parte do acordo de colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal. No trecho que Moro liberou à imprensa, Palocci relata um suposto esquema de indicações para cargos na Petrobras durante o governo Lula, sem apresentar qualquer evidência ou prova (aqui). No despacho, o então juiz afirmava que "examinando o seu conteúdo, não vislumbro riscos às investigações em outorgar-lhe publicidade".
A delação é tão frágil que até um aliado histórico de Moro em Curitiba recusou-se a acolhê-la. "Demoramos meses negociando. Não tinha provas suficientes. Não tinha bons caminhos investigativos. Fora isso, qual era a expectativa? De algo, como diz a mídia, do fim do mundo. Está mais para o acordo do fim da picada. Essas expectativas não vão se revelar verdadeiras", disse em 2018 o procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima (aqui).
Imprestável para o MP em Curitiba, imprestável para a cúpula da PGR, a delação de Palocci serviu a Moro, em aliança com a Polícia Federal, que agora chefia.


Diretor denuncia prisão política de Lula no festival de Berlim


O ex-presidente Lula foi homenageado, neste sábado (9), pelo diretor do filme “Querência”, Helvécio Marins Jr., no Festival de Berlim, um dos prêmios de cinema mais importantes do mundo. “É uma vergonha para nós brasileiros. Lula é o maior e melhor presidente da história do Brasil”, disse, sob aplausos, depois de gritar “Lula livre!”; confira o vídeo
Da revista Fórum – O ex-presidente Lula foi homenageado, neste sábado (9), pelo diretor do filme “Querência”, Helvécio Marins Jr., no Festival de Berlim, um dos prêmios de cinema mais importantes do mundo.
Durante a exibição de estreia de seu filme, o diretor, que estava vestindo uma camiseta que faz referência ao ex-presidente, disse que “ama” Lula e que sua prisão é “uma das mais absurdas do mundo”.
“É uma vergonha para nós brasileiros. Lula é o maior e melhor presidente da história do Brasil”, disse, sob aplausos, depois de gritar “Lula livre!”.
Saiba mais na revista Fórum e veja o vídeo:


Esposa de Sergio Moro para os congressistas: “se virem, trabalhem mais”


Rosângela Moro costuma utilizar as redes sociais para dar "recadinhos" a inimigos de seu marido, o ministro da Justiça Sérgio Moro; no mais recente post-comentário do Instagram, ela diz: "o Brasil tem pressa. Brasileiros esperam soluções dos representantes eleitos. Em casa, temos vários filhos e cuidamos de todos ao mesmo tempo. Tipo, se virem, trabalhem mais, ué. Aprove ou não aprove! Votem sem desculpa e mostrem o compromisso com os eleitores. Tic tac tic tac: quatro anos voam, hein"
247 - Rosângela Moro costuma utilizar as redes sociais para dar "recadinhos" a inimigos de seu marido, o ministro da Justiça Sérgio Moro. No mais recente post-comentário do Instagram, ela diz: "O Brasil tem pressa. Brasileiros esperam soluções dos representantes eleitos. Em casa, temos vários filhos e cuidamos de todos ao mesmo tempo. Tipo, se virem, trabalhem mais, ué. Aprove ou não aprove! Votem sem desculpa e mostrem o compromisso com os eleitores. Tic tac tic tac: quatro anos voam, hein."
A postagem de Rosângela começa com a definição da palavra 'simultaneidade' e continua na área reservada aos comentários. Sem tratar diretamente dos dois projetos, Rosângela deixou claro que suas excelências devem fazer hora-extra para votar a reforma da Previdência e o pacote anti-corrupção, não por acaso, elaborado pelo maridão, Sergio Moro.

Violência anti-intelectual da classe média mantém bolsonarismo, diz historiador


O jornalista e historiador Christian Schwartz afirma que o trço anti-intelectual que caracteriza a classe média brasileira é o elemento político que sustenta o bolsonarismo; ele confronta a tese de uma cisão identitária no eleitorado e afirma que Jair Bolsonaro venceu as eleições pela união de camadas médias que, como os políticos, veem a educação como algo ornamental ou pragmático
247 - O jornalista e historiador Christian Schwartz afirma que o trço anti-intelectual que caracteriza a classe média brasileira é o elemento político que sustenta o bolsonarismo. Ele confronta a tese de uma cisão identitária no eleitorado e afirma que Jair Bolsonaro venceu as eleições pela união de camadas médias que, como os políticos, veem a educação como algo ornamental ou pragmático.
O historiador, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, destaca inicialmente: "há uma pergunta que, respondida em toda a sua complexidade, tem o potencial de iluminar muito do que se passou na política brasileira recentemente. É a seguinte: por que caminhos (ou diabos) o 'Não me representa' dos protestos de junho de 2013 rapidamente virou o 'Mito! Mito!' que anima o comício permanente de Jair Bolsonaro —e deve ser, ao que parece, uma espécie de grito de guerra deste governo tribal? Num texto recente, a jornalista e escritora Eliane Brum lançou a tese de que, segundo ela pela primeira vez na história do Brasil, o presidente é um 'homem mediano'. O argumento avança em três movimentos."
Ele prossegue: "expõe, primeiramente, o que seria um contraste: ao contrário de todos os seus antecessores no cargo (o texto silencia, curiosamente, sobre a única antecessora, nem uma só vez mencionada), Bolsonaro careceria de excepcionalidade. 'Jair Bolsonaro é o homem que nem pertence às elites nem fez nada de excepcional. Esse homem mediano representa uma ampla camada de brasileiros', escreve a jornalista. Nas duas etapas seguintes, reafirma a explicação padrão de nossos intelectuais ditos progressistas para o fenômeno, este sim inédito, de um presidente de extrema direita."
E complementa: "começa pela assertiva de que 'a posição do homem heterossexual no topo da hierarquia nunca foi tão questionada como nos últimos anos'; defende, a seguir, que os governos anteriores ao do interino Michel Temer teriam feito avançar, em grau sem precedentes, direitos de gênero, classe e, com especial destaque, raça. 'O reconhecimento destes direitos e a ampliação do acesso dos negros a espaços até então reservados aos brancos teve grande impacto no resultado eleitoral e também no antipetismo', reflete Brum."


Venezuela gera debate na reunião da Executiva Nacional do PT


A ida de Gleisi Hoffmann à posse de Nicolás Maduro, na Venezuela, foi tema de debate entre a presidente do PT e Fernando Haddad, em reunião da Executiva Nacional do partido neste sábado, 9, em São Paulo; Haddad foi questionado por Valter Pomar sobre "declarações públicas" a respeito da ida da presidente do partido à posse de Maduro; o ex-prefeito respondeu que suas críticas foram de método, não de mérito
247 - A ida de Gleisi Hoffmann à posse de Nicolás Maduro, na Venezuela, foi tema de debate entre a presidente do PT e Fernando Haddad, em reunião da Executiva Nacional do partido neste sábado, 9, em São Paulo. Haddad foi questionado por Valter Pomar sobre "declarações públicas" a respeito da ida da presidente do partido à posse de Maduro. O ex-prefeito respondeu que suas críticas foram de método, não de mérito. 
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que "segundo relatos, durante o encontro Haddad teria argumentado que suas críticas à viagem de Gleisi foram de 'método e não de mérito'. Ainda na Executiva, Gleisi tomou o microfone e rebateu Haddad. 'Eu discordo dele. Acho que não é só questão de método. Tem um fundo político nisso. O PT tem que discutir, mas já temos uma posição pública que é a defesa da autodeterminação dos povos, da soberania e do reconhecimento do resultado das eleições', disse a presidente do partido."
A matéria acrescenta: "após a reunião que marcou a passagem dos 39 anos de fundação do PT, Gleisi e Haddad trocaram afagos. A presidente do partido saudou o ex-prefeito pelos mais de 47 milhões de votos recebidos na eleição presidencial, na qual foi derrotado por Jair Bolsonaro no segundo turno. Haddad retribuiu com um beijo no rosto da deputada."


Partido de Bolsonaro criou candidata laranja para obter verba pública de R$ 400 mil


Depois do caso das candidatas-laranja em Minas Gerais, em fraude no processo eleitoral supostamente feita pelo atual ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PSL), mais um episódio de criação de candidatos laranja vem à tona dentro do PSL, partido da presidência da República; Luciano Bivar (PSL-PE), recém-eleito segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, 'criou' uma candidata laranja em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição de 2018; a candidata obteve 274 votos
247 - Depois do caso das candidatas-laranja em Minas Gerais, em fraude no processo eleitoral supostamente feita pelo atual ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PSL), mais um episódio de criação de candidatos laranja vem à tona dentro do PSL, partido da presidência da República. Luciano Bivar (PSL-PE), recém-eleito segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, criou uma candidata laranja em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição de 2018.
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que "Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Jair Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos. O dinheiro do fundo partidário do PSL foi enviado pela direção nacional da sigla para a conta da candidata em 3 de outubro, quatro dias antes da eleição. Na época, o hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, era presidente interino da legenda e coordenador da campanha de Bolsonaro, com foco em discurso de ética e combate à corrupção."
A matéria relembra o caso anterior de uso de laranjas: "no último dia 4, reportagem da Folha revelou que o ministro do Turismo de Bolsonaro e deputado federal mais votado em Minas, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), patrocinou um esquema de candidaturas laranjas que direcionou verbas do PSL para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara. Após essa revelação, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou que esse caso deveria ser investigado. No caso de Lourdes Paixão, a prestação de contas dela, que é secretária administrativa do PSL de Pernambuco, estado de Bivar, sustenta que ela gastou 95% desses R$ 400 mil em uma gráfica para a impressão de 9 milhões de santinhos e cerca de 1,7 milhão de adesivos, tudo às vésperas do dia que os brasileiros foram às urnas, em 7 de outubro."
A reportagem ainda informa que "cada um dos quatro panfleteiros que ela diz ter contratado teria, em tese, a missão de distribuir, só de santinhos, 750 mil unidades por dia –​mais especificamente, sete panfletos por segundo, no caso de trabalharem 24 horas ininterruptas. A Folha visitou os endereços informados pela gráfica na nota fiscal e na Receita Federal e não encontrou sinais de que ela tenha funcionado nesses locais durante a eleição."