Em
manifestação enviada ao STF, a PGR apontou ainda a ausência de medidas
cautelares, como prisão preventiva, contra o ex-presidente, "cuidados
especiais" em relação à condução coercitiva ocorrida em 2016 e a
disponibilização de uma Sala de Estado Maior para o cumprimento da pena. Veja o
que a defesa de Lula diz
(Foto: Edilson Junior | Marcelo Camargo/Agência Brasil) |
247 - Apesar dos claros abusos na atuação de Sergio Moro
como juiz ao condenar o ex-presidente Lula, a Procuradoria Geral da República
(PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira 5 seu
entendimento de que a Corte não deve julgar o recurso apresentado pela defesa
do ex-presidente que aponta suspeição do ex-magistrado no caso do triplex do
Guarujá.
Em defesa de Moro,
hoje ministro da Justiça do governo Bolsonaro, o subprocurador da República José
Adonis Callou de Araújo Sá afirmou que o então juiz aplicou pena
‘significativamente abaixo da média’ ao ex-presidente em relação às demais
condenações da Lava Jato. Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão
no caso do triplex.
“A média das penas aplicadas aos demais
réus da Lava Jato, como se observa, foi de 4.526 dias, enquanto Luiz Inácio
Lula da Silva foi condenado pelo ex-Juiz Federal a cumprir uma pena de 3.465
dias”, escreveu Sá.
Outros pontos para atestar o que seria a
imparcialidade de Moro foram, segundo o subprocurador, o fato de o então
magistrado ter indeferido ‘vários pedidos’ do Ministério Público Federal e
deferido outros ‘inúmeros pedidos’ da defesa; a ausência de medidas cautelares,
como prisão preventiva, decretadas contra o ex-presidente, os "cuidados
especiais" em relação à condução coercitiva ocorrida em 2016 e a
disponibilização de uma Sala de Estado Maior para o cumprimento da pena, em
abril de 2018.
Vale lembrar, porém, que a disponibilidade
de uma Sala de Estado Maior deve ser garantida a todos os ex-presidentes da
República, como é determinado pelo Código de Processo Penal, enquanto a
condução coercitiva foi determinada pela 13ª Vara de Curitiba sem que Lula
fosse chamado antes para depor, também de acordo com o CPP. A defesa aponta
ainda outros diversos motivos para a parcialidade de Moro, como o monitoramento
do escritório dos advogados e os diálogos revelados entre procuradores e o
próprio juiz na 'Vaza Jato'.
Para a PGR, não há irregularidades nos
diálogos entre o juiz e procuradores da Lava Jato de Curitiba. “Nenhuma suposta
mensagem revela qualquer tipo de violação de direitos ou garantias dos
investigados ou réus, em relação a qualquer ato ou decisão judicial. Se o juiz
cobrou celeridade em manifestações do Ministério Público, estava zelando por um
princípio processual e constitucional”, escreveu o subprocurador.
Leia aqui a íntegra do documento que
traz os argumentos da defesa sobre por que Moro não poderia julgar Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário