Em um de
seus mais importantes discursos, no lançamento do livro Lawfare, o
ex-presidente Lula disse nesta quarta-feira (11) que está pronto para enfrentar
o fascismo representado por Jair Bolsonaro. “Estou com muita vontade de
derrotar o fascismo nesse país”, disse. Lula também voltou a denunciar a
perseguição política que vem sofrendo. "Seja homem, Moro, vá para o
debate", disse
(Foto: Twitter/Leonardo Attuch) |
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na
noite desta quarta-feira, 11, na Faculdade de Direito da USP, no Largo São
Francisco do lançamento do livro “Lawfare: uma introdução”, dos advogados
Cristiano Zanin Martins, Valeska Teixeira Zanin Martins e Rafael Valim.
O evento contou
com a participação das autoridades do Direito e líderes políticos. Em seu
discurso, Lula voltou a criticar a perseguição política da Lava Jato contra
ele. “Se houve uma quadrilha nesse país, ela se chama Lava Jato”, disse ele,
que lembrou a tentativa de extorquir a Petrobrás com um fundo de R$ 2,5 bilhões
para a força-tarefa.
“Espero que dentro de alguns anos tenhamos
muitos juízes e promotores saindo do Prouni e das cotas”, disse. Em seu
discurso, Lula também exaltou o ex-prefeito Fernando Haddad, presente no
evento, pelas políticas de inclusão social e racial na educação. “Precisamos
voltar a sonhar que é possível acreditar na justiça desse país”, afirmou.
Assista a trecho da fala de Lula:
Antes de Lula, o
ex-primeiro-ministro português José Sócrates disse que o lawfare é fruto da
aliança do submundo do jornalismo com o submundo da justiça. “O meu
Brasil é com s, de Silva, de Lula da Silva”, disse ele.
“Garanto que não é o Moro o estrategista
da guerra jurídica conta o ex-presidente Lula”, diz a advogada Valeska Martins,
indicando que o comando real vem do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
O advogado Cristiano Zanin Martins lembrou
que um dos aspectos do lawfare foi a escolha da jurisdição ideal para a
condenação do ex-presidente Lula, ferindo o princípio do juiz natural, e
explicou como esse processo foi usado para atacar a democracia no Brasil.
Em “Lawfare: uma
introdução”, Zanin, Valeska e Valim apresentam um estudo sobre o conceito do
lawfare, método que consiste no uso estratégico do Direito para fins de
deslegitimar, prejudicar ou aniquilar um inimigo. O livro dedica um capítulo
para estudo do caso Lula e da perseguição que teve como alvo o ex-presidente.
“A proposta deste livro é a de introduzir
o lawfare no debate nacional e internacional a partir de uma releitura que
fizemos com base em intensos estudos sobre a matéria e também com base na
experiência que adquirimos não apenas na defesa do ex-presidente Lula, mas
também de outros concretos”, escrevem os advogados de Lula na introdução da
obra.
“O lawfare não se confunde com a
judicialização da política e tampouco é algo que atinge somente o campo
político progressista (ou de esquerda) brasileiro ou latino-americano. Ao
contrário, o lawfare está acoplado às novas formas de guerras e de disputas
desenvolvidas precipuamente pelos Estados Unidos e qualquer pessoa, instituição
ou governo pode dele ser vítima”, explicam.
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