O
presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, fez uma crítica severa à
Lava Jato ao destacar em entrevista que a operação destruiu empresas, criticou
a falta de transparência do Ministério Pùblico e fez restrições à fala de Jair
Bolsonaro em que este afirmou que mandaria ao pau-de-arara, um método bárbaro
de tortura, um ministro que descobrisse ser corrupto
Dias Toffoli (Foto: Carlos Moura/SCO/STF (07/11/2019)) |
247 - Para o
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a Operação Lava Jato destruiu
empresas. Em seu entendimento, a operação "foi muito importante, desvendou
casos de corrupção, colocou pessoas na cadeia, colocou o Brasil numa outra
dimensão do ponto de vista do combate à corrupção, não há dúvida".
"Mas destruiu empresas", afirmou.
O presidente da corte suprema criticou o
MInistério Pùblico por falta de transparência e defendeu pontos de vista
contrários aos de Jair Bolsonaro, quando este defende a tortura.
As declarações de Toffoli foram dadas em
entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
Toffoli faz, além das críticas à Operação
Lava Jato, digressões sobre a evolução da vida política nacional. "O
Brasil vinha de governos de centro e centro-esquerda. E mudou para um governo
de direita. Então houve, depois da redemocratização, uma primeira vitória da
direita com o apoio da extrema-direita".
O presidente do STF diverge abertamente do
ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo de extrema-direita de
Jair Bolsonaro, sobre a proibição da prisão depois da sentença de segunda
instância.
Segundo Moro, a decisão do Supremo
diminuiu a percepção da população de que o combate à corrupção diminuiu.
"Isso [a opinião de Moro] não tem o menor sentido. O STF
julgou o 'mensalão', condenou várias autoridades, vários empresários, inclusive
banqueiro. Foi dali que começou todo esse trabalho de combate à corrupção, e
(tiveram início) os projetos de lei que levaram a esse arcabouço jurídico, às
normas de lei de combate ao crime organizado. Então, o Supremo está firme no
combate à corrupção. Não é uma decisão que faz cumprir a Constituição que vai
surtir efeito numa percepção quanto à corrupção", afirmou Toffoli.
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