Neste
ano, 26 novos sindicatos se filiaram à CUT e outros ainda estão em fase de
adesão. Para Graça Costa, novas filiações comprovam que em momentos de ataques,
trabalhadores entendem necessidade dos sindicatos
ROBERTO PARIZOTTI |
Os ataques do
governo de Jair Bolsonaro aos sindicatos e centrais sindicais com propostas que
limitam o poder das entidades em
defender seus filiados contra desmandos dos patrões, bem como as tentativas de
asfixiar suas finanças estão sendo revertidos com uma maior conscientização da
classe trabalhadora que entende que perder direitos não significa crescimento
econômico, nem a geração de empregos decentes.
Somente neste ano 26 novos sindicatos,
espalhados por todas as Regiões do país, se filiaram à CUT e outros, que
tiveram eleições recentes vencidas pelas chapas da Central, estão em fase
de oficializar a adesão.
Para a secretária de Organização e
Política Sindical da CUT, Graça Costa, este número de novos filiados demonstra
que a aposta do governo Bolsonaro em prejudicar a CUT não se mantém.
“Ao contrário do que quer o governo, nós
consolidamos a nossa representação junto à classe trabalhadora, que entende que
num momento de crise, de ataques aos direitos nunca se precisou tanto de
sindicatos. E a CUT como maior Central do país, com quase 4 mil sindicatos
filiados, tem tido a responsabilidade de enfrentar esses desafios. Essas
novas filiações demonstram que estamos no caminho certo”.
"A CUT é a preferida dos sindicatos
para dar continuidade à luta em defesa dos direitos da classe
trabalhadora", diz Graça Costa.
A dirigente reforça ainda que na atual
conjuntura econômica e de perdas de direitos, a Central vai ampliar a
organização e conscientização da classe trabalhadora.
Novas
adesões e reeleições
O Sindicato dos Servidores Municipais de
Araraquara e região (Sismar) é um dos mais novos filiados à CUT. Com 6 mil
associados, representa 13 mil servidores e engloba oito cidades do interior do
estado de São Paulo: Américo Brasiliense, Motuca, Ribeirão Bonito, Boa
Esperança do Sul, Trabiju, Gavião Peixoto, Santa Lúcia e Nova Europa.
O novo presidente é Gustavo Domingos
Jacobucci. Representante dos professores de Araraquara, foi eleito com 1761
votos contra 1.522 da chapa Conlutas e Intersindical e 461 de uma chapa
independente. O Sismar foi filiado a CUT de 2001 a 2004, mas após aquele
ano, a entidade não esteve filiada a nenhuma central sindical.
Para Gustavo, a eleição da chapa cutista é
uma demonstração de união e força dos servidores municipais que perceberam que
os ataques do governo de Jair Bolsonaro aos servidores federais podem afetar a
categoria em todo o país, caso estados e municípios sejam obrigados a
aderir à reforma da Previdência, como prevê a PEC Paralela.
“Somente duas cidades, Nova Europa e
Gavião Peixoto, têm regimes próprios, e embora a maioria das cidades tenha
servidores concursados e celetistas, entendemos que os a categoria em todo o
país está sob ataques”, diz o dirigente.
Por isso, em seu plano de lutas, Gustavo
propôs a união dos servidores porque sozinhos podem ser massacrados.
“Os prefeitos tratam a administração das
cidades como se fossem empresas e eles os donos, e não se importam com os
servidores municipais. Mas, eles não têm consciência de que tratar mal a
categoria, sucatear o serviço público interfere no bom atendimento da população
que vai cobrar deles mais adiante”, afirma Gustavo.
“A nossa luta é unir os trabalhadores e as
trabalhadoras sempre em prol da justiça e do bom serviço público e para isso
não mediremos esforços”.
CUT
mantém presidência do Sindicato dos Portuários do RJ
O Sindicato dos Portuários do Rio de
Janeiro (STSPPERJ) nasceu em 1982 e seis meses após a fundação da CUT (1983), o
sindicato se tornou um filiado. E nesses 36 anos, a CUT nunca perdeu uma
eleição, mesmo concorrendo com outras chapas.
No último pleito, em 29 de novembro,
Sérgio Magalhães Giannetto foi reeleito para um quinto mandato com 70% dos
votos da categoria. Segundo o dirigente, esta vitória tem um significado muito
grande diante das perdas dos direitos trabalhistas e da crise econômica que o
país atravessa.
“Sou visto como um candidato que
representa a esquerda e, as críticas da oposição eram neste sentido e que
representávamos o continuísmo. Mas conseguimos demonstrar aos nossos associados
que sempre defendemos a classe trabalhadora. E ainda que mais do que
nunca é preciso unidade para vencer os desmandos do governo Bolsonaro”, afirma
Giannetto, esperançoso de que os próximos anos serão de fortalecimento da luta
dos trabalhadores e trabalhadoras, em defesa dos portos públicos, do Instituto
de Seguridade Social Portus e da democracia.
Fonte: CUT
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