segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Toffoli decidirá sob pressão voto que pode libertar Lula


Às vésperas da discussão que será retomada na quinta-feira (7), quando dará o voto decisivo sobre segunda instância no STF, o presidente da Corte, Ministro Dias Toffoli, encontra-se sob pressão e tenta fazer movimentos para suavizar o ambiente político marcado por tensões nos últimos dias. O voto de Toffoli poderá beneficiar o ex-presidente Lula

247 - Os jornalistas Thais Arbex e Reynaldo Turollo Jr. apontam em reportagem na Folha de S.Paulo que é "sob pressão em um ambiente político ainda mais radicalizado", que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, deve dar nesta semana o voto decisivo no julgamento das ações sobre a constitucionalidade da prisão de condenados em segunda instância. 
Trata-se da discussão judicial mais esperada do ano e que também pode afetar o destino do ex-presidente Lula. 
A decisão no STF será tomada em um momento de instabilidade, em que Toffoli a própria corte sofre ataques e o magistrado tem sido cobrado por uma ala de ministros a dar uma resposta institucional enfática a esses taques.   
Uma parte dos membros do STF ficou insatisfeita com a publicação de um vídeo de Jair Bolsonaro numa rede social no qual ele é retratado como um leão cercado por hienas, entre elas uma que representa o Supremo.   
O decano da Corte, ministro Celso de Mello defendeu a instituição sair em defesa do STF. O ministro disse que “o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções”.  
Nos dias seguintes à publicação do vídeo, um dos filhos do pcupante do Palácio do Planalto, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ameaçou o país com a ditadura ao afirmar a necessidade, em caso de radicalização, de editar um “novo AI-5, uma referência ao período mais tenebroso da ditadura militar.   Toffoli tem dito nos bastidores que não se pronunciou sobre esses ataques ao STF e ao estado democrático de direito porque "a corte tem de se preservar" e que ele não pode virar "comentarista de Twitter, nem bater palma para louco dançar", aludindo às publicações e declarações do clã Bolsonaro.   
Na quarta-feira (31), após sair de um evento em São Paulo, Toffoli enfrentou um protesto com cerca de 15 lavajatistas seguidores do ministro da Justiça, Sérgio Moro, favoráveis à prisão após condenação em segunda instância. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes cercaram o carro do presidente do Supremo, chegaram a bater na lataria e estenderam uma faixa com os dizeres “hienas do STF”.


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