É o que
aponta uma investigação realizada por Julián Macías, responsável pelas redes
sociais do partido Unidas Podemos, da Espanha. É um volume anormal de contas,
com origens similares e sem comportamento orgânico. Elas têm entre zero e um
seguidor, e divulgam notícias falsas com possível apoio internacional. Jeanine
Áñez se autoproclamou presidente do país
Opera Mundi - Mais de 68 mil contas falsas, recém-criadas no Twitter,
operaram na última semana acompanhando o golpe de Estado na Bolívia, segundo
uma investigação realizada por Julián Macías, responsável pelas redes sociais
do partido Unidas Podemos, da Espanha.
O estudo aponta
evidências do uso de táticas militares em grande escala a fim de inundar de
propaganda as redes sociais, em uma atividade que parece obedecer a uma
estratégia prévia e que ainda está em operação.
A maioria dessas contas foi criada antes
do dia 10 de novembro, dia em que os militares “sugeriram” que o então
presidente Evo Morales renunciasse, consumando um golpe de Estado com violenta
repressão na Bolívia, que já deixou mais de 20 mortos e 700 feridos.
Trata-se de um volume anormal de contas, com
origens similares e que sem comportamento orgânico. Elas têm entre zero e um
seguidor, e divulgam notícias falsas com possível apoio logístico
internacional.
Com hashtags como #EvoAssassino,
#EvoDitador, #EvoÉFraide ou #NãoHáGolpedeEstadonaBolívia, as mensagens vindas
das contas falsas intoxicaram o debate na rede, com mensagens como “Evo Morales
é um corrupto” e acusações de que ele teria “roubado” as eleições. Mas, com a
autoproclamação de Jeanine Áñez, estes perfis passaram a comemorar “a
democracia e a liberdade” do povo boliviano.
De acordo com Macías, só a conta de Luis
Fernando Camacho - um dos líderes do movimento golpista - passou, nos últimos
16 dias, de 3.000 para 130.000 seguidores, dos quais mais de 50.000 são de
perfis criados em novembro de 2019.
A conta da autoproclamada presidente
Jeanine Áñez também sofreu um crescimento exponencial, indo de 8.000 para quase
150 mil seguidores - 40 mil dos quais contas falsas recém-criadas.
Há, segundo Macías, contas curiosas: uma,
norte-americana, que simula ser o perfil do ator Robert de Niro, apresenta um
vídeo de um manifestante ferido. “Pode ser uma produção simulada, já que não se
vê a origem. O mais curioso é a resposta: um agradecimento a de Niro por atacar
Evo Morales”, diz - e com um inglês praticamente nativo.
Apesar de o uso de robôs para amplificar
mensagens violar as políticas de uso do Twitter, e em que pesem outras
denúncias, as contas continuam ativas.
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