Lula, aprisionado
há 579 dias em Curitiba, vai relutar muito em pedir que seus advogados
apresentem amanhã seu pedido de soltura, diante da decisão do STF de proibir a
antecipação do cumprimento e pena antes do trânsito em julgado de sentença
condenatória.
Vai ter de ser convencido pelos advogados
que deve pedir a soltura, porque deseja ser solto não porque pediu.
Lula é um ser humano, claro, que como
todos quer a liberdade, mas é, antes disso, um ser político.
Mais espertos seriam os seus captores se
abrissem a porta da cela, logo, embora eu creia que seus ódios não o permitam.
Teriam menos desgaste se o fizessem e Lula
não vai facilitar este caminho.
A saída de Lula do cárcere é um ato
político e ele quer se preparar para isso, como se preparou para a prisão.
A sua defesa, ciente disso, divulgou no em
que diz que o pedido de libertação se condiciona à visita que lhe farão nesta
sexta-feira.
O pedido de liberdade jamais terá o tom de
súplica, mas o de cobrança do preceito constitucional de obrigatoriedade de
revogação de prisão ilegal (“a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária”, art. 5°, inciso 65 da Constituição).
Não se descarte que o pedido seja feito ao
próprio STF, se os advogados expuserem ao ex-presidente esta possibilidade
jurídica.
O caso Lula é grande demais para os
micróbios da vara criminal de Curitiba e para o TRF-4.
Sua prisão foi política; sua libertação
também o será.
Fonte:
Tijolaço
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