Candidato
à presidência na eleição de 2018, cujo resultado foi prejudicado após Moro
tirar Lula da disputa, Fernando Haddad diz que a informação de que o ex-juiz já
negociava seu cargo de ministro antes mesmo de Bolsonaro vencer a corrida
presidencial comprova que "como tudo o que ele faz na vida - que o Moro
nunca foi juiz, ele sempre foi um agente político, sempre teve projeto de
poder". Assista
247 - O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad,
candidato à presidência pelo PT em 2018, comentou nesta terça-feira 19, em
entrevista ao canal no Youtube do jornalista Fábio Pannunzio, TV Giramundo, a revelação feita pelo ex-ministro Gustavo Bebianno de que o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro,
negociava seu cargo em encontros com Paulo Guedes, atual titular da pasta de
Economia, ainda durante a campanha presidencial.
"A primeira
preocupação é um ministro da Justiça que não fala a verdade. É muito grave
quando você é obrigado a omitir detalhes da sua vida pública - porque ele tem
uma vida pública, ele é servidor público, que tem protocolos a serem
observados, dentre os quais a agenda aberta com personalidades políticas. Todo
mundo sabia quem era o Paulo Guedes", comenta Haddad.
"Ele omitiu inclusive do Congresso
Nacional essa informação, o que do meu ponto de vista revela - como tudo o que
ele faz na vida - que o Moro nunca foi juiz, ele sempre foi um agente político,
sempre teve projeto de poder", acrescenta, em referência aos depoimentos
dados por Moro na Câmara e no Senado para esclarecer as revelações do site The
Intercept, a 'Vaza Jato'. Na ocasião, Moro negou ter tido qualquer relação com
a campanha de Bolsonaro.
"O processo pelo qual ele condenou o
Lula é uma verdadeira farsa, mas a ação na mídia, do Ministério Público
tentando conduzir, manipular a opinião pública tentando conduzir um resultado
pré-determinado definiu o resultado das eleições no ano passado", avalia
Haddad, destacando a forma como o PT foi prejudicado na disputa presidencial de
2018.
"E o que você falou", prosseguiu
Haddad, em referência à notícia trazida por Bebianno a respeito dos encontros
entre Moro e Guedes, "foi uma das manobras entre muitas das que foram
feitas. Essa semana mesmo houve a informação de que 400 mil números de WhatsApp
foram bloqueados no Brasil".
Na entrevista concedida a Pannunzio,
Bebianno contou que aliados tiveram um encontro na casa de Bolsonaro no dia do
segundo turno. "Paulo Guedes me chama e diz 'quero conversar com um você
um negócio importante'. Ele me contou já tinha tido cinco ou seis conversas com
Sérgio Moro e que Moro estaria disposto a abandonar a magistratura e aceitar o
desafio como ministro da Justiça", disse o ex-ministro.
Assista à entrevista com Fernando Haddad:
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