Em
entrevista coletiva em Washington, o ministro da Economia do governo de
extrema-direita chefiado por Jair Bolsonaro, admitiu que por temor de uma
mobilização social supostamente convocada por Lula, o governo desacelerou
momentaneamente a agenda de reformas antipopulares. E usando a terceira pessoa,
ameaçou com a volra da ditadura, ao dizer que ninguém se assuste se
"alguém" pedir a volta do AI-5
O ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil) |
247 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta
segunda-feira (25) que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir o
AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil.
A afirmação foi
feita durante entrevista coletiva em Washington, em que Guedes comentava a
convulsão social e institucional em países da América Latina e disse que era
preciso prestar atenção na sequência de acontecimentos nas nações vizinhas para
ver se o Brasil não tem nenhum pretexto que estimule manifestações do mesmo
tipo, informa a jornalista Marina Dias na Folha de S.Paulo. ]
"Sejam responsáveis, pratiquem a
democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado
ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que
responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não
aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar
tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição
democrática."
Paulo Guedes justificou as ameaças sobre a
edição de um novo AI-5 feitas por um dos filhos de Jair Bolsonaro, o deputado
Eduardo Bolsonaro. Para ele, trata-se de uma reação ao que chamou de
convocações feitas pela esquerda, endossadas pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva logo depois de ser solto, há pouco mais de duas semanas.
Guedes disse que era "uma
insanidade" o petista pedir a presença do povo nas ruas e que "chamar
o povo para rua é uma irresponsabilidade".
O ministro de Bolsonaro confirmou que o
projeto de lei que prevê o excludente de ilicitude seria também uma resposta de
Bolsonaro a Lula.
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