terça-feira, 26 de novembro de 2019

Em entrevista nos EUA, Guedes ameaça com volta da ditadura: 'Não se assustem se alguém pedir o AI-5'


Em entrevista coletiva em Washington, o ministro da Economia do governo de extrema-direita chefiado por Jair Bolsonaro, admitiu que por temor de uma mobilização social supostamente convocada por Lula, o governo desacelerou momentaneamente a agenda de reformas antipopulares. E usando a terceira pessoa, ameaçou com a volra da ditadura, ao dizer que ninguém se assuste se "alguém" pedir a volta do AI-5
O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

247 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (25) que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir o AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil.  
A afirmação foi feita durante entrevista coletiva em Washington, em que Guedes comentava a convulsão social e institucional em países da América Latina e disse que era preciso prestar atenção na sequência de acontecimentos nas nações vizinhas para ver se o Brasil não tem nenhum pretexto que estimule manifestações do mesmo tipo, informa a jornalista Marina Dias na Folha de S.Paulo.  ]
"Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática."  
Paulo Guedes justificou as ameaças sobre a edição de um novo AI-5 feitas por um dos filhos de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro. Para ele, trata-se de uma reação ao que chamou de convocações feitas pela esquerda, endossadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo depois de ser solto, há pouco mais de duas semanas.  
Guedes disse que era "uma insanidade" o petista pedir a presença do povo nas ruas e que "chamar o povo para rua é uma irresponsabilidade".  
O ministro de Bolsonaro confirmou que o projeto de lei que prevê o excludente de ilicitude seria também uma resposta de Bolsonaro a Lula.


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