(Foto: Reprodução Redes Sociais) |
Mais um empresário
que fez campanha política para eleger o presidente Jair Bolsonaro (PSL) resolve
entrar na briga conta Rede Globo de Televisão. O movimento que começou com as
empresas do Paraná, imobiliária (Habitec), a rede de supermercados Condor e uma
construtora de Cascavel Saraiva Rezende.
Deste vez é o empresário, Luciano Hang,
que já havia ser mostrado favorável a decisão dos demais. Ele divulgou um
comunicado nesta manhã de quinta-feira, 7, informando que suspendeu as
campanhas publicitária nos intervalos dos Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal
Nacional, Jornal da Globo, Malhação e Caldeirão do Huck.
"Não compactuamos com o jornalismo
ideológico e algumas programações da Rede Globo Nacional e estamos sendo
cobrados pela sociedade e nossos clientes", diz o comunicado.
O texto assinado por Hang, segue
afirmando que "enquanto esses programas prestarem um desserviço à nação e
irem contra os valores da família brasileira, não voltaremos a anunciar.
"Por ora, manteremos nossas
propagandas nas afiliadas e jornais locais, que ainda informam a sociedade de
forma mais isenta e conservadora", diz.
Vale ressaltar que Hang, durante a
campanha eleitoral, foi autuado pela Justiça do Trabalho de Santa Catarina por
assédio moral aos funcionários. O juiz do Trabalho Carlos Alberto Pereira de
Castro, à época afirmo que " o empresário manteve uma "conduta
flagrantemente amedrontadora" ao divulgar vídeos e organizar eventos com
funcionários em que declara seu voto no candidato do PSL, e sugere que, caso ele
não ganhe, o futuro da Havan e de seus empregados estará em risco.
Entenda o caso – No último
dia 29, o Jornal Nacional veiculou reportagem que revelou a visita de Élcio
Queiroz, um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco ao Condomínio Vivendas
da Barra, onde mora outro principal suspeito do assassinato, Ronnie Lessa, e
também onde o presidente Jair Bolsonaro tinha residência. O porteiro contou à
polícia que, horas antes do assassinato, em 14 de março de 2018, Élcio de
Queiroz, entrou no condomínio e disse que iria para a casa de Bolsonaro. Áudio
da portaria do condomínio divulgado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro
apontou que o suspeito teria visitado a casa de Ronie Lessa.
Na semana passada, a rede de supermercados
Condor e a imobiliária Habitec, de Curitiba, anunciaram a decisão de boicotar a
Globo, suspendendo a publicidade na emissora. “Em vista do posicionamento
duvidoso da Rede Globo em relação à pessoa do nosso Presidente da República,
comunico que hoje tomamos a decisão em nossa empresa de cancelar nossas
inserções em todo o jornalismo nacional da emissora, isto é, Bom Dia Brasil,
Jornal Hoje e Jornal Nacional, bem como de programas que vão contra os
princípios e valores familiares”, afirmou a nota do Condor.
O texto refere-se aos governos anteriores
a Bolsonaro como a “era negra em que vivemos sob a administração petista”,
alegando que nessa época, “a emissora não agia da mesma forma”. Na segunda-feira,
a empresa divulgou outra nota, esclarecendo que o boicote “limita-se aos programas
jornalísticos nacionais, que são Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal Nacional e
Fantástico” e as novelas “Malhação” e “das 21h”, não atingindo a programação
local da RPC, afiliada da Globo na Capital paranaense.
Já a Habitec encaminhou na última sexta-feira
(01) à direção local da RPC, que representa a Rede Globo no Estado, carta onde
formaliza a decisão de não renovar contrato de veiculação com a emissora. “Não
podemos compactuar com a posição que a Rede Globo vem tomando em diversos
episódios de seu jornalismo”, afirma a empresa no texto assinado por Rodrigo
Viana. “Não temos visão político partidária, mas sentimos que o momento exige
de todos nós um compromisso maior com o país. E infelizmente o que temos visto
é um desserviço à nação com uma posição da Rede Globo, a quem vocês são
filiados, que não soma em nada para que, juntos,saiamos da crise em que nos
encontramos”, alegou a empresa na nota.
Campanha - Nas
eleições de 2018, o Condor foi alvo de investigações do Ministério Público
Eleitoral e do Ministério Público do Trabalho, depois que o empresário Pedro
Joanir Zonta, dono da rede, divulgou carta aos funcionários pedindo o voto
deles em Bolsonaro, comprometendo-se a não cortar o 13º salário e férias caso
seu candidato fosse eleito. Os promotores acusaram Zonta de coagir os
funcionários.
Para evitar uma multa de R$ 100 mil, o
empresário fez um acordo com o MP, divulgando nova carta aos trabalhadores,
desta vez afirmando que a sua rede “respeita as leis trabalhistas e os tratados
de direitos humanos, e que não tolera a imposição ou direcionamento nas
escolhas políticas dos empregados durante o processo eleitoral".
Fonte:
Bem Paraná
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