Após
ficar quase três anos preso em decorrência de condenações na Operação Lava
Jato, o ex-doleiro Alberto Youssef agora quer buscar potenciais investidores
para certificar o robô de investimentos, vender ou alugar seu uso, para
operação em contratos de câmbio e ações
(Foto: ABr | Reuters) |
247 - Após ficar
quase três anos preso em decorrência de condenações na Operação Lava Jato,
Alberto Youssef voltou a operar com dólares. Ele trocou o mercado ilegal pelo
mercado futuro de câmbio na bolsa brasileira B3. Youssef pretende agora certificar
e vender a licença de uso de um robô de investimentos, que desenvolveu com um
amigo para operação em contratos de câmbio e ações. Ele havia sido condenado
por corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal Valor
Econômico, o ex-doleiro quer buscar potenciais investidores para
certificar o robô, vender ou alugar seu uso, e assim aumentar sua capacidade de
investimentos.
"Ele diz que tem quase 98% de acerto
no robô e que ainda vai valer milhões", conta um empresário próximo a ele.
Foi nessa conversa que se gabou de ter feito R$ 1,06 mil em um dia, sobre um
capital de R$ 25 mil, retorno de 4,24%, acima de sua média diária de
1,5%.
Youssef tomou R$ 30 mil emprestado de sua
filha. Para operar com minicontratos de câmbio, vale-se de sua experiência como
doleiro e é auxiliado por um sistema automatizado de investimento. Ele uniu
dois robôs que desenvolveu com um amigo especialista em tecnologia, que operam
em horários distintos na bolsa.
Youssef e Moro
Youssef foi condenado a 122 anos de prisão
pelo atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que julgava os
processos da Lava Jato em primeira instância. O acordo de delação incluía a
devolução de R$ 50 milhões aos cofres públicos. O doleiro não cumpriu nem três
anos de detenção.
Moro e Youssef não
são tão desconhecidos. O doleiro havia sido condenado por participação em um
esquema de empréstimos fraudulentos envolvendo o Banco do Estado do Paraná
(Banestado).Ele pagava propinas para que empresas conseguissem crédito no banco
público. Em 2004, assinou o primeiro acordo de delação premiada do Brasil,
homologada por Moro, na época com 31 anos. Youssef foi condenado a sete anos de
prisão por corrupção ativa, mas cumpriu apenas um ano e se livrou de outras
acusações envolvendo o Banestado.
Em 2010, Youssef recebeu outra
"colher de chá" do Judiciário. Moro se declarou suspeito para julgar
o doleiro em outro processo em 2010. O magistrado afirmou que a nova
investigação contra o doleiro descumpria o acordo de delação firmado anos antes.
Segundo a reportagem do Valor, o doleiro
ainda comentou sobre Moro: "Para Youssef, Moro só engole sapo deste
governo porque está determinado a competir pela Presidência em 2022", diz
o empresário.
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