Ratinho entrevista Eduardo Bolsonaro em seu programa. Foto: Lourival Ribeiro/SBT |
Do blog de Mauricio Stycer no UOL:
Sempre
com o microfone aberto para políticos no poder, Ratinho este ano está
especialmente generoso com o governo Bolsonaro e o universo que gira em torno
dele. Desde que voltou de férias, em março, o apresentador recebeu oito
convidados no quadro “Dois Dedos de Prosa” – seis deles bolsonaristas de
carteirinha (veja a lista no fim do texto). O mais recente foi Eduardo
Bolsonaro. Apenas 24 horas depois de ser duramente criticado da esquerda à
direita por falar abertamente sobre a possibilidade de volta do AI-5, levando
alguns partidos a defenderem a cassação do seu mandato, o filho do presidente
foi recebido para uma conversa amena com o apresentador do SBT.
Todas as
21 perguntas feitas por Ratinho nos 11 minutos da entrevista foram muito
fáceis. “Levantadas de bola”, como se diz no jargão jornalístico. Pior, o
apresentador insistiu num erro crasso da técnica de entrevista, que é fazer
perguntas que já trazem a resposta embutida, deixando para o entrevistado
apenas a missão de concordar ou discordar. Alguns exemplos:
“Ligaram
o nome do presidente à morte de Marielle Franco. Foi uma irresponsabilidade?” /
“Quer dizer, pra quem torce pelo presidente, já está acostumado, eu acho. Quem
votou no Jair Bolsonaro sabe como ele é. Teve gente que achou que o presidente
passou da conta. Você achou?” / “O porteiro pode ter sido induzido ao erro?” /
“Uma simples investigação policial já tinha resolvido o problema na hora, né?”
/ “Você acha que setores da mídia fazem isso para desacreditar o
presidente? Toda essa perseguição…” / “Alguns deputados afirmaram que não
existe chance de um novo tsunami Bolsonaro em 2022. Você acha que o Bolsonaro
ganha de novo em 2022?” / “Você acha que existe alguma conspiração.
Fonte:
DCM
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