A análise
de centenas de notas fiscais que integram a prestação de contas eleitorais dos
27 diretórios estaduais do PSL mostra que a campanha de Jair Bolsonaro em 2018
cometeu ilegalidades. Foi mais cara do que a declarada por ele à Justiça
Eleitoral, além de ter sido financiada em parte por dinheiro público, o que ele
sempre negou ter usado
(Foto: Adriano Machado) |
247 - Ao menos R$ 420
mil —parte dele, dinheiro público do fundo eleitoral— foram usados para a
confecção de 10,8 milhões de santinhos, adesivos, panfletos e outros materiais
para a campanha de Bolsonaro, isoladamente ou em conjunto com outros candidatos
do PSL.
O número pode ser maior, já que em algumas
situações as notas fiscais listam o material eleitoral produzido sem
especificar quais candidatos foram beneficiados. Esses R$ 420 mil equivalem a
17% de tudo o que Bolsonaro declarou à Justiça como gasto de sua campanha, R$
2,46 milhões, informa reportagem de Ranier Bragon e Camila Mattoso na
Folha de S.Paulo.
A reportagem
acrescenta que os diretórios estaduais do PSL não vincularam o gasto
diretamente à campanha de Bolsonaro —nem o presidente declarou, em sua
prestação de contas, o recebimento dos santinhos.
Mas a lei obriga o registro do material na
prestação de contas do candiddato a presidente como doação recebida do
respectivo PSL estadual, com o valor estimável em dinheiro. É o que determina -
diz a reportagem - a resolução 23.553/2017, do Tribunal Superior
Eleitoral, que disciplinou a prestação de contas dos candidatos e partidos na
eleição de 2018.
Ao proceder de forma diversa, o gasto
eleitoral que beneficiou o presidente aparece na prestação de contas eleitoral
apenas como gasto do PSL com determinada gráfica. E a campanha de Bolsonaro
aparenta custo menor do que na realidade teve.
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