O ex-deputado
Jean Wyllys, que foi forçado a se exilar após receber ameaças de morte, diz
ainda que só os idiotas acreditam que Jair Bolsonaro pegou gravações para
proteger provas que, eventualmente, poderiam apontar para o envolvimento de sua
família com o assassinato de Marielle Franco
247 – "Só os políticos oportunistas, os eleitores
idiotas e os fiéis da seita bolsonarista acreditam que Jair Bolsonaro pegou,
segundo ele mesmo, a gravação das ligações da portaria do Condomínio Vivendas
da Barra, no Rio de Janeiro, onde tem uma casa, para que elas não fossem
adulteradas. Todos as pessoas inteligentes e atentas sabemos que ele pegou a
gravação exatamente para fazer o contrário do que diz: pegou-a para adulterá-la
e impedir que ela comprove sua relação – já apontada por várias outros indícios
– com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes", diz o
ex-deputado Jean Wyllys, em coluna publicada neste domingo.
"Bolsonaro
levou as práticas criminosas frequentes em seus mandatos como deputado federal
para a presidência da República, transformando-as em terrorismo de estado com a
ajuda de Sergio Moro, o ex-juiz da Operação Lava Jato que prendeu Lula num
processo fraudulento e sem provas, mas que segue silente em relação ao
enriquecimento ilícito da família Bolsonaro e a relação íntima desta com
Queiroz, bandido que, mesmo foragido, segue gerindo informalmente os mandatos
de Flavio e Eduardo Bolsonaro", diz ainda o ex-deputado.
"Logo, só não ver quem não quer ver:
Bolsonaro irá deliberadamente adulterar, de modo a se safar, a gravação das
ligações feitas da portaria de seu condomínio de luxo no dia em que seus
vizinhos sicários assassinaram Marielle Franco e Anderson França", afirma
Jean. "O ato de pegar a gravação é, em si mesmo, uma confissão de culpa,
por parte de Bolsonaro, no assassinato dessa vereadora honesta, que trabalhava
pela dignidade dos mais pobres e das mulheres e que era um símbolo de
mobilidade social e de renovação na política brasileira. E é como confissão de
culpa que o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional, as Forças Armadas,
a Procuradoria Geral da República, o Ministério Público do Rio Janeiro, a Ordem
dos Advogados do Brasil e a imprensa – ou ao menos os os que ainda têm decência
e apreço à democracia nessas instituições – deveriam tratar esse ato de
Bolsonaro."
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