Em novo
trecho da entrevista concedida ao jornalista Fábio Pannunzio, o ex-ministro
Gustavo Bebianno revela que Sergio Moro tratou de sua ida para o governo
Bolsonaro antes do resultado das eleições de 2018 – o que reforça sua
suspeição. Durante o processo eleitoral, Moro vazou trechos da delação de
Antonio Palocci para prejudicar a candidatura de Fernando Haddad. Até agora, o
ex-juiz sustenta que só tratou da ida para o governo de Jair Bolsonaro – eleito
apenas porque Lula foi impedido de disputar – após o resultado final
247 - O ex-ministro da Secretaria-Geral da República
Gustavo Bebianno afirmou que o ex-juiz Sérgio Moro teve pelo menos cinco
encontros com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, antes do resultado da
eleição presidencial. A entrevista foi concedida ao jornalista Fabio Pannunzio.
Bebianno contou que aliados tiveram um
encontro na casa de Bolsonaro no dia do segundo turno. "Paulo Guedes me
chama e diz 'quero conversar com um você um negócio importante'. Ele me contou
já tinha tido cinco ou seis conversas com Sérgio Moro e que Moro estaria
disposto a abandonar a magistratura e aceitar o desafio como ministro da
Justiça", disse o ex-ministro.
Depois
de aceitar o convite, Moro foi oficalizado como titular da Justiça e Segurança
Pública, que demonstrou claramente a sua intenção de interferir na eleição ao
liberar a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci há uma semana do
primeiro turno do pleito presidencial.
O
ex-juiz vê seu desgaste cada vez maior desde junho, quando começaram a ser
divulgadas pelo Intercept Brasil as irregularidades da Operação Lava Jato. Moro
interferir no trabalho de procuradores, o que fere a equidistância entre quem
julga e quem acusa.
De
acordo com uma das reportagens do Interpet, em parceira com a Veja, o ex-juiz
pediu o acréscimo de informações na elaboração de uma denúncia contra Zwi
Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a
Petrobrás para a construção de plataformas de petróleo.
Moro
também sugeria a inversão da ordem das fases da Lava Jato e chegou a questionar
a capacidade de uma procuradora em interrogar o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, condenado sem provas para não disputar a eleição. Inclusive, uma das reportagens apontou
que o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra o
ex-presidente no processo do triplex em Guarujá (SP).
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