Trecho de rodovia estadual na Grande Curitiba: buracos e risco elevado (Foto: Franklin de Freitas) |
Apenas 12,6% das
estradas que cortam o Paraná são consideradas ótimas - e isso que o porcentual
cresceu no último ano. É o que revela um levantamento da Confederação Nacional
do Transporte (CNT), divulgado ontem e que também mostra que 31,3% das rodovias
são boas; 33,8% são regulares; 19,2% são ruins e 3,2%, péssimas.
O levantamento avaliou mais de 6,3 mil
quilômetros de rodovias de todo o estado e considerou condições do pavimento,
da sinalização e da geometria da via, além de apontar os pontos críticos dos
trechos. Ao todo, no Paraná, foram avaliadas 57 rodovias, entre estaduais e
federais.
Dos 6.331 quilômetros de estradas
avaliados pela CNT, 798 são considerados ótimos, o que aponta para uma alta de
28,9% na comparação com o ano passado, quando 619 quilômetros de estrada
receberam a avaliação máxima. Já a quilometragem de estradas consideradas em
boas condições caiu 7,6%, passando de 2.130 para 1.979.
Já o porcentual de estradas classificadas
como regulares, ruins ou péssimas manteve-se praticamente estável, passando de
56,5% para 56,2%. A boa notícia é a redução de 24,5% na quilometragem dos
trechos considerados péssimos, que passaram de 249 km para 200 km. Os trechos
considerados regulares caíram de 2.203 para 2.140, enquanto os ruins subiram de
1.129 para 1.214.
Com relação ao pavimento e sinalização da
estrada, 83,9% e 85,3% dos trechos avaliados, respectivamente, foram
classificados como ótimo, bom ou regular. O grande problema, contudo, é a
geometria da via, que avalia questões como o tipo de rodovia (pista simples ou
dupla) a presença de faixa adicional de subida (terceira faixa), de pontes, de
viadutos, de curvas perigosas e de acostamento. Nesse aspecto, apenas 4,6% das
estradas receberam avaliação ‘ótima’, enquanto 34,2% foram classificadas como ‘péssimas’.
Por fim, a Pesquisa CNT de Rodovias 2019
também aponta ser necessário o investimento de R$ 2,65 bilhões para a
recuperação do pavimento das estradas paranaenses. A maior fatia do montante
(R$ 1,7 bilhão) diz respeito a ações emergenciais de recuperação em trechos que
somam uma extensão total de 1.416 quilômetros e apresentam problemas como
trincas, buracos, ondulações e afundamentos, enquanto outros R$ 946 milhões
seriam necessários para a manutenção de 3.073 km de estrada considerados
desgastados.
Estado tem duas
das melhores e duas das piores ligações rodoviárias de todo o país
Até o ano passado, a estrada que liga
Campo Mourão com Guarapuava, ambos na região central do Estado e passando por
rodovias diversas (BR-487, PR-460, PR-466/BR-466, PR-487/BR-487), aparecia no
estudo da CNT como uma das 10 piores ligações rodoviárias do país. Neste ano,
conseguiu melhorar sua colocação e subiu para o 95º lugar dentre as 109
ligações avaliadas. O 94º lugar também fica no Paraná. Trata-se da ligação
entre Barracão e Cascavel, no oeste paranaense, num trecho que perpassa
rodovias como a BR-163, PR-163, PR 182 e PR-582.
Na outra ponta, as melhores ligações
existentes no Paraná são aquelas que ligam municípios paranaenses com capitais
de outros estados. A melhor colocação é para a BR-116, que liga Curitiba com
São Paulo e aparece na 20ª colocação. Já a estrada que liga Curitiba com Porto
Alegre aparece na 23ª colocação. Essa via inclui quatro rodovias diferentes:
BR-101, BR-280, BR-290 e BR-376.
Em 2018, Paraná registrou
22 acidentes e uma morte por dia nas estradas federais
O estudo da CNT ainda trouxe dados sobre
acidentes em rodovias federais, com informações sobre 2018. E o número assusta:
apenas em 2018, foi registrada a média de 22 acidentes e uma morte por dia
(1,35 óbitos diários em média, mais precisamente).
Ao todo, foram registrados 7.934
acidentes, dos quais 6.132 foram ocorrências com vítimas. O número de mortes
foi de 494 no estado. Já no Brasil inteiro foram registrados no mesmo período
69.206 acidentes, com um total de 5.296 mortes.
A estimativa da CNT é que todas essas
ocorrências no Paraná tenham gerado um custo total de R$ 1,04 bilhão no ano
passado, com a maior parte do bolo (R$ 650 milhões) referente aos acidentes com
vítimas. Outros R$ R$ 337 milhões dizem respeito aos acidentes fatais, enquanto
os acidentes sem vítimas tiveram um custo estimado de R$ 52,4 milhões.
Estado Geral das Estradas no Paraná
2019
Condição da estrada Km (%)
Ótimo 798 (12,6%)
Bom 1.979 (31,3%)
Regular 2.140 (33,8%)
Ruim 1.214 (19,2%)
Péssimo 200 (3,2%)
Total 6.331 (100%)
2018
Condição
da estrada Km (%)
Ótimo 619 (9,8%)
Bom 2.130 (33,7%)
Regular 2.203 (34,8%)
Ruim 1.129 (17,8%)
Péssimo 249 (3,9%)
Total 6.330 (100%)
Fonte: Bem Paraná
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