A procuradora da
República no Distrito Federal Marcia Brandão Zollinger se manifestou pela
absolvição sumária dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma
Rousseff, ambos do PT, dos ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega e do
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto na ação penal movida contra petistas por
suposta organização criminosa em esquemas na Petrobras, no Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e em outros setores da administração
pública, que ficou conhecida como “Quadrilhão do PT”.
A acusação é de 2017, e foi oferecida ao
Supremo Tribunal Federal (STF) pelo então procurador-geral Rodrigo Janot.
Quando enviada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na
Corte, ao Distrito Federal, a peça chegou a ser endossada pela Procuradoria, e
recebida pelo juiz federal Vallisney de Oliveira, que abriu ação penal.
Janot também apresentou à época acusações
contra o “quadrilhão” do MDB, que inclui o ex-presidente Michel Temer, e o do
PP. O então PGR afirmou que entre 2002 e 2016, os denunciados “integraram e
estruturaram uma organização criminosa com atuação durante o período em que
Lula e Dilma Rousseff sucessivamente titularizaram a Presidência da República,
para cometimento de uma miríade de delitos”.
Para Dilma, Lula, Palocci, Vaccari e
Mantega, o caso foi desmembrado à 10ª Vara Criminal Federal de Brasília. A
mesma acusação sobre Gleisi Hoffman e Paulo Bernardo foi mantida no Supremo.
Edinho Silva, também acusado, responde pela ação no Tribunal Regional Federal da
3ª Região.
Para a procuradora, “percebe-se, portanto,
que não há o pretendido domínio por parte dos denunciados, especialmente pelos
ex-Presidentes da República, a respeito dos atos criminosos, que obviamente
merecem apuração e responsabilização e são objetos de investigações e ações
penais autônomas, cometidos no interior das Diretorias da Petrobras e de outras
empresas públicas”.
“Há, de fato, narrativas de práticas
criminosas que estão sendo apuradas em processos autônomos, mas do conjunto das
narrativas não se pode extrair, com segurança, que haveria uma estrutura
organizacional estável integrada por Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana
Rousseff, Antonio Palocci Filho, Guido Mantega e João Vaccari Neto, tampouco
que a união desses atores políticos tivesse o propósito de cometimento de
infrações penais visando um projeto político de poder”, escreve. (Metrópoles).
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