sábado, 12 de outubro de 2019

Moro quer empresário lucrando com sistema prisional no Brasil


Moro defendeu a participação do setor privado no sistema prisional brasileiro. "O empresário não vai realizar o investimento se ele não tiver o retorno, se não tiver o lucro. Nós analisamos que isso é bastante possível”, disse ele
O Judiciário no Fundo do Poço
O Judiciário no Fundo do Poço (Foto: Reuters)

Por Rafa Santos, no Conjur – O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, decidiu subir o tom ao tratar da questão dos presos integrantes de facções criminosas.
Durante palestra no Fórum de Investimentos Brasil, evento promovido pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), disse que os presos têm que fazer uma escolha básica entre “cenoura ou porrete”.
A declaração foi dada quando ele tratava da redução de benefícios de progressão de pena para presos que integram facções criminosas e faz parte do “pacote anticrime” enviado pelo Ministério da Justiça ao Congresso Nacional em janeiro deste ano.
Além de endurecer o discurso, o ex-juiz da "lava jato" criticou a ação de improbidade do Ministério Público Federal no Pará, que obteve liminar para afastar do cargo de coordenador da intervenção federal em presídios no estado, Maycon Cesar Rottava.
A ação do Ministério Público Federal do Pará conta com a assinatura de 17 dos 28 procuradores da República que atuam no estado e aponta que as torturas vão do empalamento à perfuração dos pés dos presos por pregos. Além dos procuradores, foram recolhidos testemunhos de presos e de agentes penitenciários.
Na última terça-feira (8/10), o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão subordinado ao Ministério da Justiça, divulgou uma nota em que diz que não reconhece as acusações de tortura generalizada durante o emprego da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) em 13 prisões no Pará.
Mercado do cárcere

Durante a palestra desta sexta, Moro também defendeu a participação do setor privado no sistema prisional brasileiro. Afirmou que os investimentos no sistema oferecem uma oportunidade de lucro para os  empresários.

“Nós precisamos do investimento privado para várias iniciativas e passamos a identificar aqueles setores em que o investimento privado possa agregar. Para que isso seja possível, é preciso conciliar o interesse do governo com o interesse do empresariado. O empresário não vai realizar o investimento se ele não tiver o retorno, se não tiver o lucro. Nós analisamos que isso é bastante possível”, disse.


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