Em entrevista à Veja, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, diz ter “a
consciência tranquila” em relação a condenação do ex-presidente Lula e que os
diálogos da Vaza Jato não mostram nenhuma irregularidade
(Foto: Pedro França/Agência Senado) |
247 - A revista Veja que chega às bancas nesta sexta-feira (4) traz em sua
matéria de capa uma entrevista com o ex-juiz e atual ministro da Justiça,
Sérgio Moro, na qual ele afirma ter “a consciência tranquila” em relação ao
processo que resultou na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
bem como em relação aos diálogos entre procuradores da Lava Jato, divulgados
pelo site The Intercept, e que revelaram o conluio da operação.
“No caso das mensagens divulgadas pelo The
Intercept Brasil e por outros veículos, mesmo que elas fossem verídicas, não
haveria nelas nenhuma ilegalidade. Onde está a contaminação de provas? Não há.
É uma questão de narrativa. Houve, sim, exagero da imprensa. Esse episódio está
todo superdimensionado”, diz Moro na entrevista.
“A
Polícia Federal está investigando as pessoas que invadiram os celulares. Não
está descartada a hipótese de que houve interesses financeiros por trás desse
crime. Esses hackers, pelo que já foi demonstrado, eram estelionatários. Mas
nada vai mudar o fato de que a Operação Lava-Jato alterou o padrão de
impunidade da grande corrupção. As pessoas sabem diferenciar o que é certo do
que é errado”, completou.
Moro diz, ainda, que não
agiu errado ao condenar Lula e que não teme o resultado do pedido de suspeição
impetrado pela defesa do ex-presidente. “O ex-deputado Eduardo Cunha também diz
que é inocente. Aliás, na cadeia todo mundo diz que é inocente, mas a Petrobras
foi saqueada”, disse.
Ainda segundo ele, “sempre
que há um julgamento importante, dizem que a Lava-Jato vai acabar, que tudo vai
acabar. Há um excesso de drama em Brasília. As pessoas pensam tudo pela
perspectiva do Lula, embora seja possível que o julgamento do STF sobre a ordem
das alegações finais leve à anulação da sentença sobre o sítio de Atibaia. Lula
está preso porque cometeu crimes”.
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