sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Moro diz ter "consciência tranquila" sobre Lula e que diálogos da Vaza Jato não apontam irregularidades


Em entrevista à Veja, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, diz ter “a consciência tranquila” em relação a condenação do ex-presidente Lula e que os diálogos da Vaza Jato não mostram nenhuma irregularidade
(Foto: Pedro França/Agência Senado)

247 - A revista Veja que chega às bancas nesta sexta-feira (4) traz em sua matéria de capa uma entrevista com o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, na qual ele afirma ter “a consciência tranquila” em relação ao processo que resultou na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como em relação aos diálogos entre procuradores da Lava Jato, divulgados pelo site The Intercept, e que revelaram o conluio da operação. 
“No caso das mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil e por outros veículos, mesmo que elas fossem verídicas, não haveria nelas nenhuma ilegalidade. Onde está a contaminação de provas? Não há. É uma questão de narrativa. Houve, sim, exagero da imprensa. Esse episódio está todo superdimensionado”, diz Moro na entrevista.
“A Polícia Federal está investigando as pessoas que invadiram os celulares. Não está descartada a hipótese de que houve interesses financeiros por trás desse crime. Esses hackers, pelo que já foi demonstrado, eram estelionatários. Mas nada vai mudar o fato de que a Operação Lava-Jato alterou o padrão de impunidade da grande corrupção. As pessoas sabem diferenciar o que é certo do que é errado”, completou. 
Moro diz, ainda, que não agiu errado ao condenar Lula e que não teme o resultado do pedido de suspeição impetrado pela defesa do ex-presidente. “O ex-deputado Eduardo Cunha também diz que é inocente. Aliás, na cadeia todo mundo diz que é inocente, mas a Petrobras foi saqueada”, disse.
Ainda segundo ele, “sempre que há um julgamento importante, dizem que a Lava-Jato vai acabar, que tudo vai acabar. Há um excesso de drama em Brasília. As pessoas pensam tudo pela perspectiva do Lula, embora seja possível que o julgamento do STF sobre a ordem das alegações finais leve à anulação da sentença sobre o sítio de Atibaia. Lula está preso porque cometeu crimes”.


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