“Russo
deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahahah. Kkkkk”, escreveu
Luciano Flores, delegado da PF alocado na Lava Jato. “Como assim?!”, respondeu
Renata Rodrigues, outra delegada da PF trabalhando na Lava Jato. O delegado
Flores, em resposta, avisou ao grupo: “Normal… deixa quieto…Vou ajeitar…kkkk”
O futuro ministro da Justiça, juiz federal Sérgio Moro, durante coletiva de imprensa após reunião com o atual ministro da pasta, Torquato Jardim. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência) |
Por Glenn Greenwald e João Felipe Linhares, no Intercept – O ex-juiz Sergio Moro não somente conspirou com os
procuradores e comandou a força-tarefa da Lava Jato, conforme revelado pelo
Intercept, mas também, desde o começo da operação, capitaneou operações da
Polícia Federal. Chats de grupos da Lava Jato no Telegram indicam que o atual
ministro da Justiça de Jair Bolsonaro inclusive ordenou busca e apreensão na
casa de suspeitos sem provocação do Ministério Público (o que é irregular).
“Russo deferiu uma busca que não foi pedida por
ninguém…hahahah. Kkkkk”, escreveu Luciano Flores, delegado da PF alocado na
Lava Jato, em fevereiro de 2016, no grupo Amigo Secreto — se referindo a Moro
pelo apelido usado pelos procuradores e delegados. “Como assim?!”, respondeu
Renata Rodrigues, outra delegada da PF trabalhando na Lava Jato. O delegado
Flores, em resposta, avisou ao grupo: “Normal… deixa quieto…Vou ajeitar…kkkk”.
Desde o início da
Vaza Jato, foram documentados inúmeros casos do então juiz conspirando em
segredo e de forma ilegal com os procuradores na construção dos casos que ele
depois dizia julgar de maneira imparcial. Durante os anos em que Moro esteve à
frente da Lava Jato, ele chegou inclusive a influir na agenda de operações,
conforme mostram as reportagens do Intercept e seus parceiros, realizadas a
partir das mensagens secretas trocadas por meio do aplicativo Telegram e
entregues ao Intercept por uma fonte anônima. Os diálogos a seguir, que
ocorreram dias antes da Condução Coercitiva para depoimento de Luiz Inácio Lula
da Silva e da tentativa fracassada da ex-presidente Dilma Rousseff de
transformá-lo em ministro-chefe da Casa Civil, demonstram que Moro não
conspirou somente com os procuradores, mas também com a Polícia Federal.
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