"Nesses
tempos estranhos, tudo é possível, até mesmo essa cortina de fumaça. Tática
rasteira no que enxovalha a instituição básica da República, guarda da
Constituição, o Supremo", repudiou o ministro Marco Aurélio Mello, ao
comentar o vídeo publicado nas redes sociais de Jair Bolsonaro em que ele se
compara a um leão cercado por hienas, que representam instituições como o STF,
ONU, partidos políticos e a imprensa
Marco Aurélio Mello e Jair Bolsonaro (Foto: STF | Isac Nóbrega/PR) |
247 - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal
Federal (STF), classificou como deplorável e rasteira a publicação de um vídeo
na conta de Jair Bolsonaro no Twitter, em que se compara a um leão cercado por
hienas taxadas como STF, ONU, partidos políticos e a mídia.
Para o ministro, o vídeo é uma cortina de fumaça para
distrair a atenção e ofuscar os áudios de Fabrício Queiroz, ex-assessor do
senador Flávio Bolsonaro, que foram revelados nos últimos dias. Queiroz é
investigado por suspeita de comandar esquema de rachadinha no gabinete do então
deputado estadual, Flávio Bolsonaro, no Rio de Janeiro.
"Nesses
tempos estranhos, tudo é possível, até mesmo essa cortina de fumaça. Tática
rasteira no que enxovalha a instituição básica da República, guarda da
Constituição, o Supremo. O exemplo, especialmente para o cidadão leigo, vem de
cima. É deplorável. Aonde vamos parar? O Brasil precisa estar focado em coisas
boas, construtivas, positivas, visando o bem estar de todos e não em futricas
rasteiras", repudiou Marco Aurélio.
"Eu tenho que nada surge sem uma
causa. Qual seria a causa? Qual é o descontentamento com o Supremo? Não
acredito que haja descontentamento com o Supremo. E as decisões do Supremo são
para ser cumpridas. Agora há uma coincidência muito grande que esse foco surge
justamente numa hora em que aparecem essas coisas envolvendo o assessor
Queiroz", completou o ministro em entrevista à rádio CBN.
O decano da Corte, ministro Celso de
Mello, também expressou repúdio. Ele reagiu
com indignação ao vídeo publicado por Jair Bolsonaro.
"Constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem
desconhece o dogma da separação de poderes e, o que é mais grave, de quem teme
um Poder Judiciário independente"
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