Eleito
com um discurso demagógico de "tolerância zero" a irregularidades,
Jair Bolsonaro, ao ser confrontado com a realidade de que estas se multiplicam
em seu governo, radicaliza o discurso contra a imprensa para não perder
eleitores polarizados por aquele discurso
Jair Bolsonaro (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil) |
247 - Reportagem de Gustavo Uribe e Talita Fernandes na
Folha de S.Paulo destaca que Jair Bolsonaro voltou a radicalizar seu discurso
público contra denúncias e críticas publicadas pela imprensa, na tentativa de
blindar o governo e evitar desgaste de imagem com os casos de corrupção e as
irregularidades em seu governo.
Para evitar aumento da rejeição, ele
adotou uma estratégia que tem se tornado praxe na atual gestão.
Em momentos de críticas, o Palácio do
Planalto eleva o tom na tentativa de enfraquecer o impacto de notícias
negativas.
Com isso, Bolsonaro tenta também dar
munição para que sua base eleitoral continue a defender seu governo.
Segundo auxiliares de Bolsonaro ouvidos
pelo jornal, Bolsonaro tem medo de perder apoio na sua base eleitoral.
A reportagem informa que as suspeitas de corrupção estão tendo
repercussão negativa para Bolsonaro nas redes sociais e minando as bases do
bolsonarismo.
Nos três episódios mais recentes de
denúncias de corrupção envolvendo auxiliares próximos do Planalto, Bolsonaro
radicalizou a retórica.
Primeiro, na semana seguinte à operação da
Polícia Federal contra o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho
(MDB-PE), por suspeita de desvios em obras públicas, Bolsonaro disse que não
falaria mais com a imprensa.
Nesta semana, Bolsonaro disse que a Folha
foi “às profundezas do esgoto”, porque o jornal informou que há indícios de que
a campanha eleitoral do então candidato a presidente recebeu recursos via caixa
2 do esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais.
E na última terça-feira, na entrada do
Palácio da Alvorada, Bolsonaro chamou a imprensa de "fétida".
Na véspera, Bolsonaro afirmou que a cobertura jornalística não pode
continuar com "covardia" e "patifaria".
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