Deputado
federal Ricardo Barros criticou duramente a atuação do ex-juiz Sérgio Moro e do
procurador Deltan Dallagnol no desenrolar da Operação Lava Jato e o uso de
mecanismo da prisão em segunda instância. "Só para tirar o Lula da eleição
fizeram isso. Eu não sou petista. Eu preciso me render a realidade dos fatos. O
Supremo tá adiando o julgamento da prisão em segunda instância, mas quando
julgar, vai voltar a valer o que está escrito na Constituição”, disse
Manoel Ramires,
via Brasil de Fato -
O deputado federal Ricardo Barros (PP) foi convidado para ir à Câmara Municipal
de Curitiba falar sobre o projeto de Abuso de Autoridade, que foi relator. O
projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas com vetos do presidente
Jair Bolsonaro (PSL). As rejeições devem ser analisadas em breve pelos
deputados.
Ricardo Barros foi convidado pelo
presidente da CMC, Sabino Picolo (DEM). Ele criticou àqueles que são contra o
abuso de autoridade ou que se julgam acima da lei. “A gente queria acabar com a
categoria dos brasileiros inimputáveis, que são aqueles que não respondem pelo
o que fazem. É o caso do Ministério Público e do Judiciário. Podem cometer os
abusos que quiserem e não respondem”, destaca.
O deputado explicou os principais pontos
da lei e em que pontos as autoridades devem ser punidas por excesso de poder
como abrir inquéritos “infinitos e destruição de honra de investigados”. Barros
também citou os artigos vetados por Bolsonaro que a Câmara dos Deputados
pretende derrubar como decretar prisão em desacordo com a lei. Outro artigo é
iniciar investigação sem justa causa, como o caso do reitor da UFSC, Luiz
Carlos Cancellier, que foi preso sem provas e posteriormente cometeu suicídio.
“O presidente Jair Bolsonaro, ao vetar
artigos, atendeu o (ministro da justiça) Moro, a AGU, a CGU, mas não podemos
aceitar que alguém possa ser preso sem ter feito nenhuma infração”, compara.
Barros também criticou os vazamentos
seletivos da Lava Jato em que, em muitos casos, o investigado ou seus advogados
desconhecem pedaços do processo. “Nós vemos notícia na imprensa, em que o
repórter lê o processo, e o réu não consegue ter acesso. Seus advogados não
conseguem acesso. E como quem cala consente, vimos a consolidação de um
argumento do MP”, alerta.
O autor do projeto também comenta as
revelações feitas pela série de reportagens Vaza Jato, onde a atuação política
do ex-juiz Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol vieram à público.
“O Deltan Dallagnol dizendo que queria ser
senador. O Moro é candidato à presidência. Eles destroem a classe política para
ocupar nosso lugar. É uma causa nobre, muito nobre”, ironiza o deputado.
Ricardo Barros também comentou a prisão em
segunda instância e como ela foi utilizada para interferir no processo
eleitoral brasileiro. “Só para tirar o Lula da eleição fizeram isso. Eu não sou
petista. Eu preciso me render a realidade dos fatos. O Supremo tá adiando o
julgamento da prisão em segunda instância, mas quando julgar, vai voltar a
valer o que está escrito na Constituição”, defende.
O ex-ministro da saúde e líder do PP ainda
disse que o procurador Deltan Dallagnol critica todo mundo que é contra seus
interesses próprios, citando o Congresso Nacional, o STF e a PGR. “Ele é juiz
do mundo?”, indaga. Para Barros, “a lei não fez, em nenhum momento, parte da
regra que eles jogaram para chegar onde chegaram. Todos queremos o fim da
corrupção, mas não fora do processo legal. Não vamos aceitar uma quadrilha
instalada no judiciário cometendo crime para combater o crime”, concluiu.
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