"Nos
últimos dias, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) conheceu a fúria das milícias
virtuais. Presidente da recém-instalada CPI Mista das Fake News, ele virou alvo
de insultos e ameaças de morte", relata o jornalista Bernardo Mello Franco
247 - "Nos últimos dias,
o senador Angelo Coronel (PSD-BA) conheceu a fúria das milícias virtuais.
Presidente da recém-instalada CPI Mista das Fake News, ele virou alvo de
insultos e ameaças de morte", relata o jornalista Bernardo Mello Franco,
em sua coluna no
jornal O Globo.
"A mensagem mais agressiva, encaminhada
à Polícia Legislativa, prometia 'encher sua boca de chumbo'. 'É um negócio
assustador. Nunca vi nada parecido', diz o parlamentar, que entrou na política
há 31 anos como prefeito de sua cidade natal."
"A comissão começou a funcionar na
última terça. Foi uma estreia tumultuada. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ),
que prefere atuar nos bastidores, assumiu o papel de líder da tropa de choque
do governo. Ele se esforçou para barrar a convocação de um representante do
WhatsApp, o aplicativo de mensagens instantâneas que mudou a forma de fazer
campanha."
"'Eu perguntei qual o fato
determinado. Não existe', alegou o primeiro-filho, apesar das múltiplas provas
de uso do zap para disseminar
notícias falsas e manchar reputações. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) tentou
socorrê-lo com uma tese curiosa. Alegou que o WhatsApp seria uma 'rede social
privada', e por isso não teria a obrigação de prestar contas ao Congresso. 'As
pessoas conversam, entre WhatsApp e Telegram, coisas privadas. Há de se
diferenciar as redes sociais', disse, sem convencer os colegas de outros
partidos."
O deputado Filipe Barros (PSL-PR), que já
recorreu ao Supremo para tentar impedir a instalação da CPI, chegou à primeira
sessão com um objetivo mais modesto. Queria empurrar a votação dos requerimentos
para a semana que vem — o que também foi rejeitado pela maioria do plenário.
Entre reclamações, protestos e questões de
ordem, os bolsonaristas passaram uma hora e meia tentando impedir que a
comissão funcionasse. A deputada Caroline de Toni (PSL-SC) explicou o motivo de
tanta apreensão. 'Isso aqui é um tribunal de exceção para julgar o nosso
presidente, para julgar a sua campanha', discursou.
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