segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Presidente da CPI das fake news tem recebido insultos e ameaças de morte

Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realiza audiência pública interativa para analisar a imagem do Brasil diante do resto do mundo em relação ao agronegócio, meio ambiente e reserva legal. \r\rÀ bancada, em pronunciamento, senador Angelo Coronel (PSD-BA).\r\rFoto: Edilson Rodrigues/Agência Senado



"Nos últimos dias, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) conheceu a fúria das milícias virtuais. Presidente da recém-instalada CPI Mista das Fake News, ele virou alvo de insultos e ameaças de morte", relata o jornalista Bernardo Mello Franco

247 - "Nos últimos dias, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) conheceu a fúria das milícias virtuais. Presidente da recém-instalada CPI Mista das Fake News, ele virou alvo de insultos e ameaças de morte", relata o jornalista Bernardo Mello Franco, em sua coluna no jornal O Globo. 
"A mensagem mais agressiva, encaminhada à Polícia Legislativa, prometia 'encher sua boca de chumbo'. 'É um negócio assustador. Nunca vi nada parecido', diz o parlamentar, que entrou na política há 31 anos como prefeito de sua cidade natal."
"A comissão começou a funcionar na última terça. Foi uma estreia tumultuada. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que prefere atuar nos bastidores, assumiu o papel de líder da tropa de choque do governo. Ele se esforçou para barrar a convocação de um representante do WhatsApp, o aplicativo de mensagens instantâneas que mudou a forma de fazer campanha."
"'Eu perguntei qual o fato determinado. Não existe', alegou o primeiro-filho, apesar das múltiplas provas de uso do zap para disseminar notícias falsas e manchar reputações. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) tentou socorrê-lo com uma tese curiosa. Alegou que o WhatsApp seria uma 'rede social privada', e por isso não teria a obrigação de prestar contas ao Congresso. 'As pessoas conversam, entre WhatsApp e Telegram, coisas privadas. Há de se diferenciar as redes sociais', disse, sem convencer os colegas de outros partidos."
O deputado Filipe Barros (PSL-PR), que já recorreu ao Supremo para tentar impedir a instalação da CPI, chegou à primeira sessão com um objetivo mais modesto. Queria empurrar a votação dos requerimentos para a semana que vem — o que também foi rejeitado pela maioria do plenário.
Entre reclamações, protestos e questões de ordem, os bolsonaristas passaram uma hora e meia tentando impedir que a comissão funcionasse. A deputada Caroline de Toni (PSL-SC) explicou o motivo de tanta apreensão. 'Isso aqui é um tribunal de exceção para julgar o nosso presidente, para julgar a sua campanha', discursou.


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