Os novos
diálogos da Vaza Jato também trazem conversas entre os ex-presidentes Lula e
Michel Temer, que demonstram que o objetivo do primeiro era recompor a aliança
com o PMDB e, assim, garantir a continuidade do governo da ex-presidente Dilma
Rousseff. Tais diálogos, no entanto, foram omitidos no vazamento de Sergio Moro
para a Globo
247 – O novo capítulo da Vaza Jato também demonstra que Lula
pretendia apenas atuar como ministro da Casa Civil, reconstruindo a aliança com
o PMDB. Duas de suas conversas com Michel Temer deixam isso claro, mas os
diálogos foram omitidos porque o objetivo da Lava Jato era criar a falsa
impressão de que Lula pretendia apenas se blindar na Lava Jato – tese admitida
por Gilmar Mendes para impedir sua posse na Casa Civil. Confira abaixo mais um
trecho da reportagem da Folha e do Intercept:
A PF escutou duas conversas de Lula e Temer. Na primeira,
eles marcaram uma reunião para o dia seguinte, e Lula disse a Temer que a
rejeição enfrentada pelos políticos numa recente manifestação pró-impeachment
mostrava que o avanço da Lava Jato criara riscos para todos os partidos, não só
o PT.
Na segunda
ligação, após discutir a situação de um aliado do vice-presidente no governo, o
petista prometeu ser um parceiro e disse que eles deveriam atuar como
"irmãos de fé". Segundo as anotações dos agentes da PF, Temer
respondeu a Lula dizendo que "sempre teve bom relacionamento" com
ele.
Embora os
registros mostrem que os policiais prestaram atenção a todas as conversas do
ex-presidente, o telefonema de Dilma foi o único que a PF anexou aos autos da
investigação sobre Lula nesse dia antes que Moro determinasse o levantamento do
sigilo do processo.
Informado das
anotações da PF sobre suas conversas com Lula em 16 de março de 2016, o
ex-presidente Michel Temer disse que reconhece os diálogos, e que nunca soube que
tinha sido grampeado naquele dia.
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