Sindicato
dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a FENAJ
divulgaram nota repudiando a exigência de atestado de antecedentes criminais
apresentada pelo Ministério da Economia para os jornalistas que participarão de
coletiva com o ministro Paulo Guedes na próxima quinta-feira, em Fortaleza
(CE). Para as entidades, a exigência é inédita e absurda, além de atentar
contra a liberdade de imprensa.
Privatização dos 'peixes grandes' começará em breve, diz Guedes (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil) |
Rafael Duarte, Jornalistas Livres - O
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) divulgaram nota nesta segunda-feira
(2) repudiando a exigência apresentada pelo Ministério da Economia para os
jornalistas que participarão de coletiva com o ministro Paulo Guedes na próxima
quinta-feira, em Fortaleza (CE).
Os jornalistas que se credenciaram para a
coletiva foram obrigados a apresentar atestado de antecedentes criminais,
exigência inédita e absurda que atenta contra a liberdade de imprensa.
A seguir a nota na íntegra das duas
entidades:
O Sindicato dos
Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional
dos Jornalistas (FENAJ) repudiam com veemência a exigência colocada pelo
Ministério da Economia, chefiado pelo economista Paulo Guedes, de que
jornalistas apresentem “atestado de antecedentes criminais” para poderem obter
credencial para a cobertura da agenda do ministro em Fortaleza.
Uma
obrigatoriedade completamente inédita e absurda. Como reportou nesta tarde o
jornal O Povo, uma cobrança “nunca antes apresentada para o acompanhamento de
autoridades durante suas passagens pelo Ceará”. Nem presidentes demandaram tal
questão.
Para o Sindjorce e
a FENAJ, a medida do Ministério faz parte da cruzada liderada por Bolsonaro
contra a imprensa, sobretudo contra os veículos e os profissionais que comentem
o “pecado” de fazer jornalismo em tempos de autoritarismo, de disseminação do
ódio e de destruição de direitos sociais e trabalhistas.
Mas a grande
verdade é que se fosse atendido este critério de antecedentes, muitos
integrantes do Governo Bolsonaro não poderiam nem estar em seus cargos. É o caso
do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, condenado por improbidade
administrativa, e pode ser o caso de Guedes, que é, segundo reportagem d’O
Globo (https://glo.bo/2kefODE), suspeito de cometer crimes de gestão
fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que
receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013.
O fato é que os
atuais representantes do Governo Federal, eleitos em meio uma onda de
desinformação e da mentira, mais uma vez criam empecilhos para o trabalho de
jornalistas. O tratamento dado aos jornalistas desde a posse de Jair Bolsonaro
só é comparável ao praticado em ditaduras, autocracias e outros regimes e
formas de governos autoritários ou fascistas.
Enquanto sociedade
civil organizada, representações de classe e lideranças populares, não podemos
nos calar diante de todos esses atos imperiosos.
Seguimos atentos
em defesa da democracia e de uma imprensa livre, crítica, plural e voltada ao
interesse público.
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