Novo
capítulo da Vaza Jato aponta que o Ministério Público Federal pediu duas vezes
ao então juiz Sergio Moro operações contra a filha do empresário
luso-brasileiro Raul Schmidt (no destaque na foto) como forma de forçá-lo a se
entregar. Moro inicialmente resistiu mas acabou concordando. A tática é
similar à usada por sequestradores
Sergio Moro, Raul Schmidt e Deltan Dallagnol (Foto: Reuters | ALEP | Reprodução) |
247 -Novo
capítulo da Vaza Jato aponta que o Ministério Público Federal pediu duas vezes
ao então juiz Sergio Moro operações contra a filha do empresário
luso-brasileiro Raul Schmidt como forma de forçá-lo a se entregar. Moro
inicialmente resisitiu mas acabou concordando. A tática é similar à usada por
sequestradores
De acordo com reportagem do
Intercept Brasil, uma fonte anônima informou que o objetivo da Lava Jato era
"criar um 'elemento de pressão', como disse o procurador Diogo Castor de
Mattos, sobre o empresário".
"O MPF apelou a Moro mirando na filha
do investigado: queria que o passaporte de Nathalie fosse cassado e que ela
fosse proibida de sair do Brasil. O plano era forçá-lo a se entregar para
evitar mais pressão sobre a filha", destacam os jornalistas Rafael Neves e
Leandro Demori.
Em 3 de fevereiro de 2018, Raul foi preso
em Portugal. Em 5 de fevereiro, "o magistrado não viu 'causa suficiente'
para a ação mais drástica pedida pelo MPF contra Nathalie — proibi-la de deixar
o país", diz a matéria. Nathalie Angerami Priante Schmidt Felippe é a
filha de Raul.
Segundo o Intercept, "o juiz escreveu
que não havia comprovação suficiente de culpa e que o nome dela era inédito nas
investigações até ali" -em fevereiro.
Mas em maio, apenas três meses depois,
após novo fracasso em buscas por Schmidt em Portugal, a Lava Jato reapresentou
seu pedido a Moro. Dessa vez, sem que houvesse qualquer suspeita adicional
contra ela, o então juiz e agora ministro mudou de ideia e deu sinal verde ao
desejo da Lava Jato, que incluía uma varredura na casa, nas comunicações e nas
contas de Nathalie.
"No dia seguinte, os policiais
cumpriram o mandado de busca e apreensão na casa da filha do investigado, no
Rio de Janeiro. A defesa alegou que ela foi coagida pela Polícia Federal, na
ocasião, a dizer onde o pai estava. O plano, no entanto, não teve tempo de ser
testado. No mesmo dia, Raul Schmidt conseguiu extinguir seu processo de
extradição em Portugal. A Lava Jato tenta até hoje trazê-lo ao Brasil",
relata o Intercept.
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