O
ministro Gilmar Mendes diz que a STF não irá considerar a popularidade de Moro
ao julgar sua suspeição. "Se um tribunal passar a considerar esse fator,
ele que tem que fechar, porque ele perde o seu grau de legitimidade",
afirma. Ele é taxativo: "Vamos imaginar que essa gente estivesse no
Executivo. O que eles fariam? Certamente fechariam o Congresso, fechariam o
Supremo. Esse fenômeno de violação institucional não teria ocorrido de forma
sistêmica não fosse o apoio da mídia. Portanto, são coautores dos malfeitos.”
Gilmar Mendes (Foto: Carlos Humberto/SCO/STF) |
247 – Em entrevista a Thais Arbex e Tales Faria, o ministro Gilmar Mendes, do
Supremo Tribunal Federal, disse que não irá avaliar a popularidade do ex-juiz
Sergio Moro ao avaliar sua suspeição. “Se um tribunal passar a considerar esse
fator, ele que tem que fechar”, afirmou. Ele foi incisivo: “Vamos imaginar que
essa gente estivesse no Executivo. O que eles fariam? Certamente fechariam o
Congresso, fechariam o Supremo. Esse fenômeno de violação institucional não
teria ocorrido de forma sistêmica não fosse o apoio da mídia. Portanto, são
coautores dos malfeitos.”
Gilmar também
apontou desvios cometidos por Moro e Dallagnol durante a Lava Jato. “O conúbio
entre juiz, promotor, delegado, gente de Receita Federal é conúbio espúrio.
Isso não se enquadra no nosso modelo de Estado de Direito”, afirmou e também
disse que o Brasil precisa “encerrar o ciclo dos falsos heróis”.
"As pessoas percebem que esse
promotor não está atuando de maneira devida. Esse juiz não está atuando de
maneira devida. Se nós viermos a anular ou não esses julgamentos, o juízo que
está se formando é o de que não é assim que a Justiça deve funcionar. Que isso
é errado, que essas pessoas estavam usando as funções para outra coisa. Isso
ficou cada vez mais evidente", disse ainda Gilmar. "Que poder
incontrastável é esse? Aprendemos, vendo esse submundo, o que eles faziam:
delações submetidas a contingência, ironizavam as pessoas, perseguiram os
familiares para obter o resultado em relação ao investigado. Tudo isso que nada
tem a ver com o Estado de Direito.".
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