Tanto os
filhos e netos de Lula como a namorada Rosangela da Silva, com quem o
ex-presidente pretende se casar desejam que ele passe para o regime semiaberto
e volte para sua casa, depois de uma prisão política que já dura mais de 500
dias
(Foto: Reprodução/Twitter) |
247 – No que depender da opinião dos filhos, netos e da
namorada Rosangela Silva, com quem o ex-presidente pretende se casar, Lula deve
aceitar o regime semiaberto e voltar para a casa, em São Bernardo do Campo,
segundo informa a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna.
Lula foi preso em
abril do ano passado pelo ex-juiz Sergio Moro, com a finalidade de ser impedido
de disputar uma eleição presidencial que ele venceria no primeiro turno. Com
sua prisão política e sua exclusão do processo eleitoral, foi aberto o caminho
para a ascensão de Jair Bolsonaro, de quem Moro se tornou ministro. Ontem, os
procuradores da Lava Jato pediram que Lula passe para o semiaberto, mas ele
pretende ter sua inocência reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal.
Saiba mais no
artigo de Helena Chagas:
Por Helena Chagas,
no Divergentes e
para o Jornalistas pela Democracia
Nosso sistema penal seria uma maravilha se
cada condenado cumprindo sentença tivesse do Ministério Público que o acusou a
atenção que o ex-presidente Lula recebeu de Deltan Dallagnol e seus colegas
nesta sexta, quatro dias depois de ter completado 1/6 da pena e ganhado direito
à progressão de regime. Será que os procuradores da Lava Jato que pediram que
Lula saia da cadeia de Curitiba para cumprir pena em regime domiciliar ficaram
bonzinhos de repente?
Nada disso. Tudo indica que o movimento da
força tarefa da Lava Jato seja uma tentativa de se antecipar a uma possível
liberação de Lula no Supremo Tribunal Federal. Derrotados esta semana no
plenário da Corte, que acolheu a augumentação de que o réu delatado tem direito
a apresentar suas alegações finais depois das do delator, os procuradores
farejaram que, muito possivelmente, o próximo passo do Supremo poderá ser
soltar o ex-presidente. Antes de mais essa derrota, portanto, tentam esvaziar o
habeas corpus de Lula e outros recursos de sua defesa.
E qual a
diferença, alguns devem estar se perguntando. Afinal, o importante, para quem
está preso, é parar de ver o sol nascer quadrado. Para Lula, que por ‘n’ razões
já mostrou que não é um preso comum, não é bem assim. O próprio presidente
determinara à sua defesa para não mover uma palha no rumo da progressão de
regime porque, depois da revelação da chamada Vaza Jato, deflagrada pelo site
The Intercept, passou a apostar numa anulação de sua sentença com base na
acusação de parcialidade contra o ministro e ex-juiz Sergio Moro. No mínimo,
num habeas corpus ou outro tipo de medida cautelar para que aguarde em
liberdade o julgamento da imparcialidade de Moro.
Para Lula, o líder político, a forma de
sair da cadeia faz toda a diferença. Sair tendo o reconhecimento do STF de que
quem o julgou não foi imparcial equivale a mais do que uma absolvição. Nesse
caso, estaria pronto para voltar às ruas e retomar seus planos policos de onde
parou: a candidatura à presidência da República. E cheio de discurso. Coisa
muito diferente, para ele, seria passar à prisão semi-aberta ou domiciliar,
sujeito à vigilância e, até, ao humilhante uso de uma tornozeleira.
Todo mundo sabe que a questão hoje não é
mais se Lula será solto ou não – mas em que condições e quando isso ocorrerá,
com seus devidos impactos políticos. É isso que está em jogo.
O STF, que não teve coragem ainda para retomar, na Segunda
Turma, o julgamemto do HC de Lula, tem dado sinais de que, quem sabe, terá
chegado a hora de dar um freio de arrumação na Lava Jato. A força tarefa, após
seguidas derrotas também no Legislativo, já percebeu isso e, mais uma vez, está
atuando politicamente. Para Curitiba, a forma como Lula sair da cadeia também
fará toda a diferença, inclusive no lugar que vai ocupar na história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário