Ex-apoiador
da Lava Jato e do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, o jornalista se
disse arrependido de suas posições e afirmou que o impeachment de 2016 foi uma
ação deliberada contra a esquerda. “Foi um golpe clássico tocado pelo Temer com
o assentimento e a participação declarada do Eduardo Cunha e de mais metade da
elite brasileira e do mercado financeiro”, falou à TV 247. Assista
247 - O jornalista
Fábio Pannunzio conversou com a TV 247 sobre suas posições “ingênuas”, segundo
ele mesmo, em relação ao golpe parlamentar contra a ex-presidente Dilma
Rousseff em 2016 e ao apoio à Operação Lava Jato, agora desmascarada com os
vazamentos do The Intercept, conhecidos como 'Vaza Jato'. Pannunzio afirmou que
a ação de impeachment foi um ataque deliberado à esquerda e que a Lava Jato
tinha um viés político declarado.
Na opinião do jornalista, que acaba de
deixar a TV Band após 20 anos, onde era âncora do Jornal da Noite, a falta de
compreensão sobre a conjuntura política o levou a apoiar o golpe contra Dilma e
a Lava Jato. “Eu apoiei a Lava Jato tanto quanto apoiei depois a deposição da
Dilma. Acho que fui ingênuo, talvez por falta de experiência, faltou ali
compreensão do que de fato aconteceria com os desdobramentos desses
acontecimentos”.
Pannunzio classificou a deposição de Dilma
como um “golpe clássico”. “Apoiei o impeachment e me arrependo disso porque
aquilo não foi um movimento de deposição de uma presidente por incapacidade de
gerenciar, se bem que tenho muitas críticas ao governo da Dilma. Foi um golpe
clássico tocado pelo Temer com o assentimento e a participação declarada do
Eduardo Cunha e de mais metade da elite brasileira e do mercado financeiro”.
Sobre a Lava Jato, o jornalista comentou
que a operação foi orquestrada para atacar a esquerda. “A Lava Jato parece ser
a guarda pretoriana da direita brasileira, eu hoje não tenho mais dúvida
nenhuma de que aquilo foi uma ação deliberada para inviabilizar os movimentos
mais à esquerda. Quando a gente ficou sabendo que o Moro era um ‘promotorzão’
no comando de uma operação que tinha um viés político declarado depois, quando
ele vira ministro, isso me assustou muito. O aparelho judicial brasileiro está
sendo usado como plataforma política para fins muito espúrios”.
Ele ainda se caracterizou como
“iconoclasta” e explicou que durante os governos do PT era de direita e que
agora é de esquerda. “A coerência que eu posso apresentar é a coerência com
essa iconoclastia”, disse.
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