A nova
denúncia da Vaza Jato revela que o ex-juiz Sergio Moro omitiu da sociedade uma
palestra remunerada para um grupo empresarial em 2016. Procurado, o atual
ministro da Justiça disse que isso pode ter ocorrido por "puro
lapso". No evento, ele foi questionado sobre a prisão do ex-presidente
Lula, que vem sendo mantido como preso político desde abril do ano passado
247 – O novo alvo da Vaza Jato é o ex-juiz Sergio Moro, que
omitiu das autoridades uma palestra remunerada em 2016, segundo revela reportagem da Folha de
S. Paulo, em parceria com o Intercept. "O ministro da Justiça, Sergio
Moro, omitiu uma palestra remunerada que deu em setembro de 2016 ao prestar
contas de suas atividades quando era o juiz responsável pelas ações da Operação
Lava Jato em Curitiba. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região,
responsável pela revisão dos processos da primeira instância do Paraná,
informou à Folha que Moro declarou ter participado de 16 eventos externos em
2016, incluindo 9 palestras, 3 homenagens e 2 audiências no Congresso Nacional.
Mas a relação de eventos não inclui uma palestra mencionada numa mensagem que
ele enviou ao procurador Deltan Dallagnol pelo aplicativo Telegram em 2017, que
faz parte do pacote obtido pelo site The Intercept Brasil", aponta o texto
de Paula Sperb, Ricardo Balthazar e Amanda Audi.
"No dia 22 de
de maio de 2017, Moro disse a Deltan que um executivo do grupo de comunicação
Sinos queria seu contato para fazer um convite. 'Ano passado dei uma palestra
lá para eles, bem organizada e bem paga', escreveu o juiz. 'Passa sim!',
respondeu Deltan, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Uma resolução
aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça em junho de 2016 tornou obrigatório
para juízes de todas as instâncias o registro de informações sobre palestras e
outros eventos", lembra a reportagem.
Em resposta, Moro afirmou que a omissão da
palestra em suas prestações de contas pode ter ocorrido por "puro
lapso". "Houve tempo para perguntas da plateia, e um dos espectadores
quis saber quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria preso –
o que aconteceu em abril de 2018, para que ele fosse impedido de disputar as
eleições presidenciais, que venceria em primeiro turno.
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