Um estado
policial clandestino foi montado para investigar suspeitos na Lava Jato,
conduzida por Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Com a colaboração do auditor
fiscal Roberto Leonel, atual presidente do Coaf, sigilos fiscais eram quebrados
sem autorização judicial – especialmente de pessoas próximas ao ex-presidente
Lula. É o que mostra o novo capítulo da Vaza Jato
247 – O novo capítulo da Vaza Jato revela que a Lava Jato
agia fora da lei para obter dados fiscais de suspeitos. Isso aconteceu diversas
vezes e teve como alvos principais pessoas ligadas aos processos que envolviam
o ex-presidente Lula, que vem sendo mantido como preso político há quase 500
dias. “Os procuradores da operação Lava Jato também usaram o Telegram para
obter informalmente dados sigilosos da Receita Federal – ou seja, sem nenhum
controle da Justiça.
O coordenador da
força-tarefa, Deltan Dallagnol, e seus colegas em Curitiba recorreram em
diversas ocasiões a um informante graduado dentro da Receita para levantar o
sigilo fiscal de cidadãos sem que a Justiça tivesse autorizado a quebra”, revelam os
jornalistas Leandro Demori e Paula Bianchi, no Intercept.
"Para obter os dados sigilosos, os
procuradores recorreram ao auditor fiscal Roberto Leonel, que chefiava a área
de inteligência da Receita em Curitiba, onde trabalhava. Leonel é hoje
presidente do Coaf”, informam ainda os repórteres. Ou seja: um dos principais
aliados do ministro Sergio Moro era o responsável por repassar clandestinamente
dados fiscais de suspeitos.
Foco no
ex-presidente Lula
Em agosto de 2015, diante das notícias de
que um sobrinho de Lula fizera negócios em Angola com ajuda do político e da
Odebrecht, a primeira coisa que ocorreu ao procurador Roberson Pozzobon foi
chamar Leonel, aponta a reportagem do Intercept. “Quero pedir via Leonel para
não dar muito na cara, tipo pescador de pesque e pague rsrsrs”, disse numa
mensagem a Dallagnol no grupo Chat FT MPF Curitiba 2.
"No ano seguinte, entre janeiro e
março, a força-tarefa pediu a Leonel que levantasse informações sobre uma nora
de Lula e sobre o caseiro do sítio de Atibaia”, aponta ainda a reportagem.
"A investigação informal contra Lula e pessoas que o cercavam também incluiu
o pedido, feito pelos procuradores, a informações sobre o patrimônio dos
antigos donos do sítio. Na mesma época, os procuradores também solicitaram ao
auditor informações sobre compras que a ex-primeira dama Marisa Letícia e os
seguranças do casal teriam feito."
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