Jornalista Fernando Brito diz que a decisão de transferir o
ex-presidente Lula da Polícia Federal em Curitiba para um presídio em Tremembé
pode surtir o efeito oposto ao esperado pela direita; "Com Moro em baixa e
os atropelos à lei pelo Ministério Público – já inegavelmente marcado pela
animosidade com o STF, tudo pode provocar surpresas", diz ele
Por
Fernando Brito, no Tijolaço - Quase
500 dias depois de sua prisão e a menos de dois meses de completar-se o prazo
para que – mesmo sem decisão do Supremo sobre a nulidade do processo – o regime
carcerário de Lula progrida para o semiaberto ou aberto, qual a razão da
decisão da juíza Carolina Lebbos, de Curitiba, determinar a transferência do ex-presidente para
São Paulo?
Urgência não há, porque o
pedido de transferência foi feito em abril do ano passado e ficou pendente de
decisão até hoje.
Há
um indisfarçável cheiro de revanche da “alma morista” – senão do próprio – na
criação de um clima de prazer mórbido, excitando a matilha para agitar-se no
desejo que Lula seja lançado num presídio, num clima de humilhação que a mídia,
claro, irá saborear.
Pode, porém, ser um tiro
pela culatra e apressar o exame, pela 2a. Turma do Supremo, do pedido de
suspeição de Sérgio Moro, o que traria consequências para a detenção do
ex-presidente. Com Moro em baixa e os atropelos à lei pelo Ministério Público –
já inegavelmente marcado pela animosidade com o STF, tudo pode provocar
surpresas.
Mais ainda se, como parece,
ficar claro que a Justiça Federal de Curitiba continua a perseguir os efeitos
político-midiáticos de suas decisões.
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