"A
não apreensão do celular do Cunha impediu que tomássemos conhecimento das
articulaçôes do impeachment da Dilma. Que interesses o financiaram e a quem
aproveitaria? É isto Moro? É isto Dalanhol?", questionou o ex-senador
Roberto Requião
247 – A decisão tomada por Sergio Moro e Deltan Dallagnol de não
apreender os celulares de Eduardo Cunha impediu que os brasileiros soubessem a
verdadeira história do golpe de 2016, incuindo quem foram seus financiadores. A
avaliação é ex-senador Roberto Requião (MDB-PR). Confira sua posição e
reportagem do Conjur:
No dia anterior à prisão de Eduardo Cunha
(MDB-RJ), o então juiz encarregado da "lava jato", Sergio Moro, atuou
para convencer os procuradores da força-tarefa a não pedir a apreensão dos
telefones celulares do ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Moro
nega autenticidade das mensagens
A informação foi obtida por meio da análise
de diálogos que integram o pacote de mensagens enviados ao site The Intercept Brazil por fonte anônima e
foi publicada em parceria com o BuzzFeed
News.
Os diálogos entre
Moro e os investigadores ocorreram no dia 18 de outubro de 2016. Neles, o procurador
Deltan Dallagnol pediu uma reunião com Sergio Moro para tratar de um pedido de
apreensão dos telefones de emedebista.
No arquivo não consta nenhuma menção ao
que foi discutido na reunião presencial entre o juiz e o procurador. No
entanto, Deltan Dallagnol enviou às 14h16 uma mensagem em que diz que, após
levar em consideração o que foi dito pelo juiz, a força-tarefa desistiu de
pedir apreensão dos celulares.
“Cnversamos (sic) qui e entendemos que não
é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações”,
escreveu o procurador. No dia seguinte às conversas entre os dois, 19/10,
Eduardo Cunha foi preso em Brasília.
Já detido, Eduardo
Cunha questionou agentes da PF sobre se deveria ou não entregar seu aparelho
celular e recebeu uma resposta negativa, segundo seus advogados.
Tanto a força-tarefa da Lava Jato como o
Ministério da Justiça declararam que os celulares de Eduardo Cunha já haviam
sido apreendidos anteriormente. A alegação se refere ao dia 15 de dezembro de
2015. Na ocasião, Eduardo Cunha teve seu telefone recolhido na operação
catilinárias.
O questionamento do BuzzFeed News e do Intercept, no entanto, se refere ao diálogo
do dia 18/10 de 2016, dez meses depois da apreensão citada por procuradores e
pelo Ministério da Justiça.
Em resposta a reportagem, Moro informou
novamente que "não reconhece a autenticidade das mensagens obtidas por
meio criminoso", e a força-tarefa da "lava jato" alegou que os
celulares de Eduardo Cunha "já tinham sido apreendidos por ordem do
Supremo Tribunal Federal."
Eduardo Cunha mantinha em seu telefone
conversas com detentores de foro especial. Essa particularidade poderia fazer
com que as investigações fossem transferidas da força-tarefa em Curitiba para a
PGR.
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