Foto: William Bittar / CBN Curitiba |
O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) cumpre, nesta quarta-feira (7), 32 mandados de busca e
apreensão em Curitiba, Cascavel, Castro e Campo Magro. A ação faz parte da 6ª
fase da Operação Quadro Negro, que investiga o desvio de dinheiro em obras de
reforma e construção de escolas estaduais.
Esta etapa da Quadro Negro envolve 22 empresas que
mantiveram contratos com o Estado. As ordens judiciais foram expedidas pelo
Juízo da 9ª Vara Criminal de Curitiba. As buscas foram feitas nas residências
de 29 empresários e de dois ex-servidores públicos (três casas). São
apreendidos celulares, computadores, documentos e valores. Todo material será
agora analisado, segundo o Ministério Público do Paraná.
A ação não teve mandados de prisão expedidos, no
entanto quatro pessoas foram presas em flagrante: duas por posse ilegal de arma
de fogo, uma com munição indevida e uma por desacato à autoridade.
“Nós estamos em busca de outras informações, porque
a apuração é de que houve pagamento de propina para proporcionar o desvio de
dinheiro público utilizado nas obras em escolas. Estamos em busca de
informações que podem corroborar com os fatos”, explica coordenador-geral
do Gaeco, Leonir Batisti.
QUADRO NEGRO
A Operação Quadro Negro investiga o desvio de verba
que seria usada na construção e reforma de escolas do estado entre 2012 e 2015.
Segundo as investigações, a Construtora Valor recebeu aproximadamente R$ 20
milhões, mas não entregou as obras.
No dia 19 de março, o ex-governador do Paraná,
Beto Richa (PSDB), foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná. Alguns dias
depois, o tucano, a ex-primeira-dama e
ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, e outras
cinco pessoas viraram réus por obstrução de investigação de organização
criminosa no âmbito da Operação Quadro Negro. Richa também é réu
por organização criminosa, corrupção passiva e
prorrogação indevida de contrato de licitação.
Ao todo, sete processos criminais integram a
operação. Richa é réu em três deles.
Beto Richa chega ao prédio do GAECO em Curitiba ao ser preso pela terceira vez em março. (Foto: Ernani Ogata/Código19/Folhapress) |
O ex-governador é acusado, juntamente com outros 13
denunciados, de promover oito aditivos contratuais em obras de escolas públicas
estaduais para aumentar o valor repassado à construtora Valor em R$ 4,924
milhões. Segundo a denúncia, a Valor teria sido orientada a apresentar uma
proposta bastante baixa na licitação, para vencer o certame e, posteriormente,
ser “compensada” com os aditivos, que foram concedidos “de forma absolutamente
injustificada, fraudulenta e eivada de vícios (de motivo, forma e finalidade),
sem qualquer imprevisto ou situação fática que demandasse a revisão dos
montantes originariamente pactuados”. O MP aponta ainda que os recursos
repassados a maior teriam sido utilizados como Caixa 2 da campanha de reeleição
de Richa ao governo do Estado em 2014.
O engenheiro e ex-diretor da Secretaria de Educação
Maurício Fanini, afirmou, em depoimento à Justiça, que atuou para a arrecadação
de propinas na secretaria e que os valores tinham como objetivo promover
benefício pessoal e eleitoral a Beto Richa. Fanini também declarou que o
dinheiro também pagou viagens e a compra de um apartamento do
ex-governador.
Richa nega envolvimento no caso e argumenta que foi
seu governo que investigou e descobriu o esquema fraudulento nas obras das
escolas estaduais, afastando os envolvidos e denunciando o caso ao Ministério
Público.
Fonte:
Paranaportal
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