No evento de lançamento realizado na USP, Fernando
Haddad atacou o ex-juiz Sérgio Moro: “Não honra o cargo que ocupa"
Cerca de mil pessoas lotaram o auditório da Faculdade de Direito da USP. Partidos de esquerda e movimentos sociais estiveram presentes / Foto: José Eduardo Bernardes |
Sérgio Moro é
criminoso. A sentença foi a síntese do encontro organizado pela Associação Brasileira
de Juristas pela Democracia (ABJD), nesta segunda-feira (19), na Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo (USP), para lançamento da campanha “Moro
Mente” – uma iniciativa que tem o intuito de explicar à população quais foram
os crimes cometidos pelo ministro da Justiça e Segurança Pública enquanto era
juiz da operação Lava Jato
As
ilegalidades cometidas por Moro no âmbito da Lava Jato, foram trazidas à tona
pelo Intercept Brasil,
que divulgou as conversas que o ex-juiz mantinha com membros da força-tarefa,
que culminou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 7 de
abril de 2018.
Os
diálogos revelam a atuação do ex-juiz como um chefe da operação, em
diálogo permanente com o procurador Deltan Dallagnol, orientando as
investigações do Ministério Público Federal e, paralelamente, interferindo no
cenário político que levou à eleição de Jair Bolsonaro (PSL) – de quem ganhou o
cargo de ministro.
Para
Tânia Oliveira, da Coordenação da Executiva Nacional da ABJD, trata-se de uma
“página infeliz de nossa história”. “Hoje, encaramos um governo de
características claramente neofacistas que encara adversários políticos como
inimigos, com uma composição altamente militarizada e que destrói dia a dia a
participação social na formulação de políticas públicas”, declarou na abertura
do evento.
Ainda
de acordo com Oliveira, “Sérgio Moro é uma farsa e teve que romper com as
questões mais elementares de um magistrado” para impor ao país um projeto
político que não venceria nas urnas se não fosse a obstrução de Lula como
candidato.
As
críticas ao ex-magistrado seguiram com a desembargadora aposentada Kenarik
Boujikian, que pediu o afastamento “imediato de Sérgio Moro do Ministério da
Justiça”. “São 500 dias de injustiça. Não aceitamos um julgamento que corrompe
as instituições. Moro mente porque tem projetos pessoais e fez desse julgamento
uma fraude. O judiciário está em dívida com o povo brasileiro. É hora do STF
cumprir seu papel, libertando tardiamente o presidente Lula”,
reivindicou.
Kelly
Maffort, da direção do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ressaltou a
importância da credibilidade do judiciário, “para que os trabalhadores sem
terra e sem teto, que estão na ponta, sofrendo com reintegração de posse,
possam acreditar na Justiça". "Por isso, é importante que Moro saia
imediatamente do cargo de ministro”, sentenciou.
Fernando
Haddad, candidato do PT à presidência derrotado por Jair Bolsonaro – alavancado
pela popularidade da Lava Jato –, afirmou que caso Moro não interferisse no
processo político, “Lula subiria a rampa do Palácio do Planalto no dia 1 de
janeiro de 2019”.
O
ex-ministro da Educação atacou o ex-juiz.“Moro mente, mas Moro, além de ser um
pinóquio, é um fantoche. É uma pessoa que ao longo dos oito meses à frente do
ministério, não honrou nem seu cargo, sendo humilhado pelo governo que ele
resolveu seguir, depois de ter praticado uma das maiores injustiças da
história desse país.
Fonte:
Brasil de Fato
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