O
ex-deputado José Genoíno, que desempenhou importante papel na interlocução
entre o PT e as Forças Armadas durante os governos Lula e Dilma (2003-2016),
considera que foi um erro desses governos não ter exigido um pedido de
desculpas público dos militares sobre os crimes cometidos pela ditadura militar
(1964-1985).
(Foto: Reprodução/BdF) |
247 - O ex-deputado José Genoíno, que desempenhou importante papel
na interlocução entre o PT e as Forças Armadas durante os governos Lula e Dilma
(2003-2016), considera que foi um erro desses governos não ter exigido um
pedido de desculpas público dos militares sobre os crimes cometidos pela
ditadura militar (1964-1985).
Porém, o
ex-parlamentar diz continuar acreditando, que o melhor para o país foi não ter
revisado a Lei da Anistia. A informação é do jornalista Rubens Valente na Folha de
S.Paulo.
Primeiro ex-guerrilheiro da esquerda a ser
condecorado com a Medalha da Vitória, instituída em 2004 pelo Ministério da
Defesa (a honraria a Genoino depois foi revogada, em 2017, no governo de Michel
Temer), Genoino foi assessor especial no Ministério da Defesa na gestão de
Jobim.
Ex-presidente nacional do PT, Genoino foi
condenado em 2012 no processo do mensalão a 4 anos e 8 meses de reclusão.
Cumprida em regime semiaberto e domiciliar, a pena foi extinta em 2015 pelo
STF.
Nesta quarta-feira (28), a Lei de Anistia
completa 40 anos.
Familiares de mortos e desaparecidos
queriam que a lei fosse revisada para permitir a punição dos militares que
sequestraram, torturaram e mataram.
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim
contou em vídeo que atuou para impedir a revisão da lei. Em seu depoimento,
citou o papel de Genoino, que teria trabalhado “brutalmente no sentido de
apaziguar os entendimentos”. Genoino confirmou a percepção de Jobim e o
elogiou como alguém “que sempre foi muito claro e coerente com as posições
dele”.
Hoje, o ex-deputado acha que os governos
do PT deveriam ter agido diferente em pelo menos dois pontos na relação com os
militares. “Eu hoje faria uma revisão [do que foi feito]. Eu acho que a
gente deveria ter forçado o pedido de desculpas e os militares deveriam ter
admitido, para todo o país, os crimes e o terrorismo de Estado do período. O
segundo ponto é que a Comissão Nacional da Verdade deveria ter sido instalada
em 2003, logo no começo do governo Lula, e não depois”, disse o deputado.
A CNV só foi instalada em 2012, no
primeiro mandato de Dilma Rousseff. Genoino disse que sempre defendia o pedido
de desculpas quando tratava do assunto com civis e militares, mas sua posição
acabou vencida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário