O novo
capítulo da Vaza Jato comprova o viés político da Operação Lava Jato. Logo após
o primeiro turno das eleições presidenciais, quando obviamente Sergio Moro
ainda não era ministro, Deltan Dallagnol iniciou o lobby junto a ele para fazer
de Vladimir Aras o futuro procurador-geral da República num governo de Jair
Bolsonaro. Entre o primeiro e o segundo turno, a Lava Jato tramou novos ataques
ao PT e à candidatura de Fernando Haddad
247 – O novo capítulo da Vaza Jato revela que Deltan
Dallagnol sabia das ligações entre Sergio Moro e Jair Bolsonaro antes mesmo da
vitória eleitoral na eleição presidencial de 2018. As mensagens deixam claro
que a Lava Jato fez campanha por Bolsonaro e que, portanto, a operação que prendeu
o ex-presidente Lula para retirá-lo da disputa presidencial foi uma fraude
política para solapar a democracia brasileira e permitir a ascensão de um político,
que, na visão dos procuradores, seria compatível com seu projeto de poder.
É o que mostram
conversas privadas enviadas por fonte anônima ao site The Intercept Brasil e
analisadas em parceria com o Uol, desta vez entre Deltan Dallagnol e Vladimir
Aras, o candidato da Lava Jato para suceder Raquel Dodge. Os diálogos
entre Deltan e Aras revelam que o coordenador da Lava Jato se engajou
pessoalmente na campanha do aliado, articulando diariamente com ele estratégias
para que fosse recebido por autoridades", aponta a reportagem.
"Os diálogos mostram que os dois
começaram a articular a candidatura ainda durante o período eleitoral. Assim
que Bolsonaro teve uma votação expressiva no primeiro turno da disputa, no qual
obteve 46% dos votos válidos, os dois passaram a planejar abordagens ao entorno
do então candidato", diz o texto de
Igor Mello, Gabriel Saboia, Silvia Ribeiro e Paula Bianchi.
Antes mesmo do segundo turno, Sergio Moro
já é tachado como alguém próximo do grupo de Bolsonaro. "Fala com Moro
sobre minha candidatura a PGR", escreveu Vladimir Aras às 13h22 de 11 de
outubro de 2018 -- quatro dias após o primeiro turno da eleição presidencial.
"Com bolsonaro eleito, vou me candidatar", completou às 13h23.
Aras diz que já conversou com Moro sobre
sua candidatura e destaca a proximidade dele com Bolsonaro às 14h20. "Ele
já tem prestígio agora", cita, antes de emendar que "ele vai ser
ouvido pelo presidente na indicação". Deltan então se mostra otimista:
"conseguimos articular sua indicação", diz às 14h27.
Ou seja: ambos deixam claro que atuaram
pela vitória de Bolsonaro, assim como Moro. Já depois da posse, Deltan diz que
havia tratado da candidatura de Vladimir Aras com o ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro. No dia 14 de abril, às 15h33, dá um retorno. "Peço reserva, mas Moro confirmou pra mim que Vc
é o candidato que ele vai defender", afirmou.
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