Deltan
Dallagnol confessou que já sabia que Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil de
Bolsonaro, estava envolvido em corrupção. Mesmo assim, fez vista grossa e
manteve o trabalho conjunto com o então deputado gaúcho, principalmente no
documento “10 Medidas Contra a Corrupção”.Ele chegou a escrever num tweet que
"tinha que fingir que não sabia" do envolvimento de Lorenzoni com
corrupção. As novas revelações fazem parte da Vaza Jato e foram divulgadas no
começo da tarde desta segunda pelo Intercept
247 - Novos trechos de mensagens da Vaza Jato, divulgados pelo The
Intercept no começo da tarde desta segunda-feira, revelam que o procurador
chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, já sabia que o então
deputado Onyx Lorenzoni, atual chefe da Casa Civil de Bolsonaro, estava
envolvido em esquemas de corrupção, mas fechou os olhos para levar a cabo a sua
cruzada no suposto "combate à corrupção".
Em conversa num
grupo de procuradores, Deltan é indagado por Fábio Oliveira: "Vc viu que
saiu o nome do Onyx na lista do Fachin hj?". Ele se refere à decisão do
ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que em 4 de dezembro,
atendeu pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a
abertura de uma petição autônoma específica para analisar as acusações de caixa
dois feitas por delatores da JBS ao na época futuro ministro da Casa Civil.
"Vi... (já sabia, mas tinha que
fingir que não sabia, o que foi, na verdade, bom...rsrsrs)", respondeu
Dallagnol. "Não que não quisesse falar, mas se falasse seira até crime
rs", completou.
O procurador admite que seguia trabalhando
com Onyx, que era o lobista das 10 Medidas Contra a Corrupção, projeto que
criado pela Lava Jatos, mesmo após descobrir denúncias de corrupção.
Onyx é foi “perdoado” por Sergio Moro
apenas porque admitiu que errou e pediu desculpas, segundo o próprio ex-juiz e
hoje ministro da Justiça.
"Eu já me manifestei anteriormente. É
uma questão de Onyx. O que vejo é um grande esforço [do ministro Onyx] para a
aprovação das 10 medidas do Ministério Público, razão pela qual foi abandonado
por grande parte de seus pares. Ele tem minha confiança pessoal", disse
Moro em dezembro de 2018.
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