Enquanto
o Brasil entrava em choque com a morte do ex-ministro Teori Zavascki num
acidente aéreo até hoje não explicado, o procurador Deltan Dallagnol já se
articulava com movimentos como Mude e Vem pra Rua para tentar pressionar o
Supremo Tribunal Federal a não colocar Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e
Dias Toffoli como seus substitutos. Esta é uma das novas revelações da Vaza
Jato
247 – "O procurador Deltan Dallagnol usou dois grupos
políticos surgidos após a operação Lava Jato como porta-vozes de causas
políticas pessoais dele e da operação, revelam mensagens trocadas pelo
aplicativo Telegram e que fazem parte do arquivo da Vaza Jato. Nelas, Dallagnol
pauta atos públicos, publicações em redes sociais e manifestações dos
movimentos de forma oculta, tomando cuidados para não ser vinculado
publicamente a eles", aponta a nova reportagem do Intercept, assinada por Rafael Neves e Rafael Moro Martins.
"Os chats
mostram que Dallagnol começou a se movimentar para influenciar a escolha do
novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal apenas um dia após a
morte do ministro Teori Zavascki, antigo responsável pelos processos da
operação no STF", aponta o texto da Dupla.
Os grupos usados por Dallagnol para
mobilizar "manifestoches" foram o Vem pra Rua, ligado a bilionários,
como Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev, e o Mude - Chega de Corrupção.
"Passada a derrota na votação das dez medidas na Câmara, Dallagnol passou
a usar o Mude — e também o Vem Pra Rua — para outras tarefas – entre elas
influenciar a escolha do relator da Lava Jato no Supremo após a morte de
Zavascki", aponta a reportagem.
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