O jornalista Merval Pereira, que fez campanha pela
prisão política de Lula, ou seja, pela fraude eleitoral que resultou na eleição
de Jair Bolsonaro, hoje se viu compelido a explicar por que recebeu R$ 375 mil
do Senac – após denúncia feita nas redes sociais pelo próprio Bolsonaro. Em seu
artigo, Merval disse que o valor se refere a 13 palestras – e não apenas uma
247 – Quando o ex-presidente Lula, o político mais popular da
história do Brasil, que recebia convites para realizar palestras em todo o
mundo, se tornou alvo de um processo de guerra judicial para ser preso e depois
excluído da disputa presidencial de 2018, o jornalista Merval Pereira, do
Globo, foi um dos protagonistas da campanha midiática contra Lula.
Em julho de 2017, por
exemplo, ele escreveu que Lula precisaria explicar suas palestras. "Quando
bloquearam R$ 600 mil da conta corrente do ex-presidente Lula – é
espantoso alguém ter essa quantia em conta corrente – o PT soltou uma nota
dizendo que ele ia passar fome. Um dia depois, aparecem R$ 9 milhões em planos
de previdência privada. Lula tinha toda condição de ser milionário, diante do
preço que cobrava pelas palestras que diz ter feito a partir de 2010, mas
precisa comprovar que elas existiram e que não eram alguma contrapartida de
empreiteiras. A explicação fica complicada porque um dos diretores da Odebrecht
afirmou ter sido preparado um esquema, com as palestras, para que o
ex-presidente tivesse uma boa aposentadoria", postou Merval em sua coluna.
Neste domingo, no entanto, é Merval quem tenta se
explicar após ser acusado por Jair Bolsonaro de receber R$ 375 mil por uma
palestra do Senac. "Na verdade, não recebi esse total, pois o programa foi
interrompido, e acabei dando 13 palestras, que foram noticiadas nos jornais
locais, em informes publicitários da Fecomércio do Rio, em sites, e filmadas.
As palestras eram abertas a representantes do comércio, da indústria, da
educação, políticos locais, estudantes. Foram as seguintes as cidades das
palestras: Angra dos Reis (30/3/2016); Miguel Pereira (14/4); Três Rios
(28/4);Volta Redonda (5/5/); Barra do Pirai (19/5); Teresópolis (16/6); Valença
(9/6); Barra Mansa (14/7); Rio das Ostras (28/7) Petrópolis (11/8); Rio de
Janeiro (7/12/); Cabo Frio (16/3/2017); Niterói (25/5/2017)", escreveu Merval neste domingo.
No caso
de Merval, cai bem um verso de Geraldo Vandré que se referia a um “dia que já
vem vindo, que este mundo vai virar”… Está na canção Aroeira, do disco Canto
Geral, lançado naquele ano de contestações. E encaixa bem nos resultados
colhidos por setores da imprensa comercial em relação ao governo Lula: “É a
volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”.
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