terça-feira, 20 de agosto de 2019

Assembleia recua e desiste de reajuste parcelado para servidores de todos os poderes

Assembleia: presidente da Casa agora alega que Mesa Executiva não tem capacidade de iniciativa para propor mudanças nos projetos de reajuste dos outros poderes
Assembleia: presidente da Casa agora alega que Mesa Executiva não tem capacidade de iniciativa para propor mudanças nos projetos de reajuste dos outros poderes
(Foto: Dálie Felberg/Alep/divulgação)


Pressionada pelo Judiciário e o Ministério Público, a Assembleia Legislativa recuou e desistiu de estender aos servidores desses poderes e do Tribunal de Contas (TCE), o parcelamento até 2022 do reajuste salarial proposto pelo governo para os funcionários do Executivo. Com isso, os deputados devem votar, nos próximos dias, a reposição integral de 4,94% relativa à inflação de maio de 2018 a abril de 2019, retroativo a maio deste ano para os servidores do Tribunal de Justiça, MP e Tribunal de Contas, mantendo os projetos originais encaminhados à Casa por esses poderes. Já para os servidores do Executivo, os parlamentares devem manter a proposta do governo de reajuste de 5,08% parcelado até 2022, com o pagamento de 2% em janeiro do ano que vem, 1,5% em janeiro de 2021 e mais 1,5% em janeiro de 2022.
Na semana passada, o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB) afirmou que a Casa apresentaria um substitutivo para aplicar à data-base dos funcionários do Judiciário, MP, TCE e do próprio Legislativo, o mesmo modelo de reajuste proposto pelo governo para os funcionários do Executivo. “Nós iremos fazer um substitutivo geral de todas as demais mensagens aplicando o mesmo percentual de 2% para os demais poderes, limitando isso para o exercício para maio deste ano a maio do ano que vem”, disse Traiano na ocasião.
Hoje, porém, após uma série de reuniões com integrantes da cúpula do TJ e do Ministério Público e com servidores desses órgãos, o presidente do Legislativo mudou de discurso e admitiu que a Casa deve manter os projetos originais desses poderes, com reajuste integral e pagamento retroativo a maio, restringindo o parcelamento apenas aos servidores do Executivo. O argumento é de que os recursos para a reposição já estão previstos nos orçamentos do Judiciário, MP e TCE, que têm autonomia financeira. “Os poderes estão procurando a Casa para poder aplicar a reposição normal porque entendem que eles têm já provisionado os recursos financeiros. Ontem nos procuraram para uma reunião, inclusive comunicaram ao governo sobre esse desejo”, disse Traiano.
“Os sindicatos têm procurado a Assembleia, o Sindijus e outro sindicato ligado ao Ministério Público para que possam ter a reposição integral”, admitiu o tucano. “Até porque, o discurso é que os funcionários do Executivo, ao longo de todos os anos, tiveram aí 46% de ganho real. Enquanto os demais servidores não tiveram nada. Então isso é um argumento muito forte para que se possa sustentar a votação da forma como foi encaminhado”, alegou ele.
Fonte: Bem Paraná


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